Nota:
Tradução livre para divulgação de conteúdo sem fins lucrativos.
Destinada apenas para apreciação de fãs.
HONRANDO O ESPÍRITO DE CRIANÇA
SHMULEY BOTEACH
Em conversas com MICHAEL JACKSON
AMOR E
ORIENTAÇÃO
“Você
não pode ter uma overdose de amor.”
SB: Uma das coisas mais poderosas que você me disse é que,
no início de todo o conhecimento está o conhecimento de que você é amado. Não
importa quem você é ou de onde veio, você tem que saber que é amado. Você diz
que a única coisa mais importante para curar o mundo é dar em primeiro lugar as
crianças o amor incondicional.
MJ: O amor incondicional é tudo que você tem. Você não pode ter
overdose de amor, você nunca pode. É uma coisa linda.
SB: Grandes estudos mostram que as crianças que não experimentam
nenhuma sensação tátil carregam cicatrizes emocionais que não cicatrizarão mais
tarde na vida. Mesmo se você sobreviveu ao Holocausto, o seu corpo pode se recuperar
mais tarde na vida. [Usei esse exemplo porque tinha acabado de apresentar Michael
a Elie Wiesel, o laureado Prêmio Nobel da Paz e sobrevivente do Holocausto.] Porém,
se não lhe é mostrado o amor na vida, não irá se recuperar. Será cínico, mesmo
quando estiver mais velho. Você não será confiável. Ao pensar sobre o seu próprio amor e
paternidade com seus filhos, como você descreveria a relação pai-filho ideal?
MJ: Respeito, honestidade. Devo colocar o amor em primeiro
lugar. Amor, respeito e honestidade. Sendo totalmente aberto sobre tudo. Essa é
a coisa mais próxima que você pode ter.
SB: Na criação de Prince e Paris, seus cuidados paternais
foram com base nesses três princípios: amor, respeito e honestidade? Você nunca
mentiu para eles? Você nunca distorceu a verdade? . . . Você sabe que um dos
maiores rabinos, o Rebe, Rabi Menachem Schneerson, o meu mentor espiritual,
sempre dizia: "Se você mentir para as crianças elas não confiarão novamente
em você.”
Mas o que acontece quando você tem que disciplinar as
crianças? As crianças nascem com o potencial da bondade, mas os pais devem
transmitir valores a elas. Sem um pai amoroso, que também seja estrito na
disciplina, mas isso pode não dar certo, como você disciplinou Prince e Paris,
porque a criança ainda tem que saber que "não" é "Não!" E
há certas coisas que não podem fazer.
MJ: Você tem que discipliná-los, sem raiva. Essa é a
primeira coisa importante que eu diria a qualquer pai. Se você fizer isso com
raiva, se você machucá-los, você vai dizer para si mesmo: "O que foi que
eu fiz?"
Se Prince ou Paris faz algo impertinente ou ruim, tiro algo que
eles lamentem profundamente. Mas você tem que discipliná-los. Perguntei a Elizabeth
[Taylor] qual era o auge de sua disciplina. Ela disse que falaria com eles
asperamente e se eles fizessem algo muito ruim, “Eu os colocaria em meu joelho
e daria lhes umas fortes palmadas no traseiro."
Eu não posso fazer isso. Se eu batesse neles e eles
chorassem, isso me mataria, sabendo que choraram de dor porque infligi sobre
eles. Sou contra bater em crianças. Embora existam crianças na escola que se
safam dizendo “f....” para os professores. Algo tem que ser feito, mas não isto.
Não posso fazer isso [bater numa criança]. Aguento vê-los chorar por terem que
ir para o canto, que é onde são enviados, se são desobedientes.
SB: Um de seus princípios fundamentais como um pai é que
nunca quer que seus filhos tenham medo.
MJ: Nunca. Acho que antes de alguém disciplinar seus filhos
deveriam parar um segundo, respirar fundo, fazer uma oração silenciosa. Faça
isso e depois castigue-os de maneira amorosa como puder. Não faça isto com
raiva. Se você fizer com raiva, você ficará triste, dói muito. É a maneira
errada de fazer isto.
SB: Você sente que lhe foi mostrado raiva desnecessariamente
quando criança?
MJ: Sim. Ahhhaaa. Absolutamente. Meu maior sonho é um dia que
Prince e Paris possam dizer a alguém: "Ele foi o melhor pai." Eu
simplesmente choraria, simplesmente choraria. Essa seria minha recompensa. Isso
é tudo que quero que digam: "Ele foi o melhor pai." Iremos lá, faremos
isso. Sabe? Isso é tudo que desejo em retorno.
SB: Quando as pessoas envelhecem, como você disse sobre o
seu pai, elas querem estar perto de seus filhos.
MJ: Sim.
SB: Quero dizer que é um círculo. Você começa como uma
criança e termina mais ou menos como uma criança. Você se torna um pouco mais
inocente.
MJ: Por que não podem ver isso mais cedo, no entanto?
SB: E depois de tudo o que você passou com seu pai, como
você tenta compensar agora com Prince e Paris?
MJ: Compenso amplamente. Se vejo uma mãe em um filme, e está
atuando e a vejo bater em seu filho, saio do quarto e choro. Não aguento. Já vi
situações em que sacodem a criança com gravidade... isto evoca muito do meu
passado e minha infância e eu não posso aguentar.
SB: Você deseja dar a Prince e a Paris o amor incondicional
que vá garantir que cresçam sabendo o que fazer, que tenham um caráter sólido e
um pai que os amava com seu coração e sua alma?
MJ: Oh, eles já sabem. Eles são apenas crianças pequenas e
dizem certas coisas que são muito incomuns para crianças pequenas. Eles continuarão
me abraçando forte por alguma coisinha que lhes dei a mais de duas semanas
atrás, isto é doce. "Obrigado por esse coelhinho que você me deu." Eu
digo: "Prince, isso foi há uma semana. De nada." Eles continuam
fazendo isso, que é doce. É amor.
SB: Tudo que quero dos meus filhos, sempre lhes digo que
quero duas coisas. Quero que amem a Deus e quero que amem seus filhos. É isso
aí. Sucesso e tudo o mais são completamente subordinados a essas duas coisas
essenciais. Mas você disse ou não a
Prince e Paris duplicarem seu sucesso ou isto é algo que não é importante para
você. O que você mais deseja para eles?
MJ: Se forem bem sucedidos estarei muito feliz, sabe, no que
fizerem. E eu espero que seja nas artes, mas eles que têm de escolher sua
própria profissão. Eu apenas quero que eles... Eu quero ser bem sucedido em ser
um grande pai. Quero que eles digam: "Sentimo-nos completamente amados e
ele era incrível." Quero representar o que quero que os pais sejam com
seus filhos.
SB: Mas você percebe que ao fazer isto, até certo ponto,
você pode garantir que eles realmente não tenham sucesso profissionalmente,
porque se o Prince se sente amado, cuidado e seguro, ele não terá que provar a
si mesmo e para o mundo com a mesma extensão que você teve. Você me disse uma
vez que você é um perfeccionista, porque você está sempre tentando provar a si
mesmo e para o seu próprio pai.
MJ: Sim.
SB: Se o Prince sente o amor, ele somente estará feliz sendo
um advogado ou um contador em algum lugar, e chegará em casa e correrá para
seus filhos e sua esposa o amará. Isto estará excelente. Você não precisa de
tudo isso, e você está feliz em viver com isso? Você não tem a adoração
pública? Os milhares de fãs gritando?
MJ: Se isso for completamente verdadeiro, sim, eu quero que
eles sejam pessoas boas. Mas eu gostaria de vê-los ter sucesso em alguma coisa
nas artes, sabe?
SB: É o seu grande amor?
MJ: Oh Deus.
SB: Você tenta protegê-los de crescer rápido demais? Nós
estávamos falando sobre a corrida das crianças a se tornarem adultos, quase
como se tivessem vergonha de ser crianças. Nos círculos judaicos tradicionais,
como o nosso, as crianças ficam em casa normalmente até que eles se casam, e se
casam jovens. Quando você acha que as crianças devem sair?
MJ: Acho que as crianças saem de casa muito cedo. Fiz uma
coisa que foi ruim. Sou um tenor natural, mas eu costumava forçar minha voz
para ir mais alto, porque nunca quis crescer. Eu sempre quis soar como uma
criança. E quando ganhei o meu Grammy de Thriller, se você me ouviu falar,
pareci uma criança, e foi daí que todas as piadas e as provocações começaram e
as pessoas me imitaram. Então cheguei ao ponto onde decidi, não, somente vou
falar como eu. E quando comecei a falar assim como eu, não podia cantar no tom
que costumava cantar, portanto canto mais baixo agora. Somente queria ser uma
criança.
SB: Então, mesmo você sendo a maior estrela do mundo e as
pessoas estavam dormindo fora da porta dos pais o tempo todo, você ainda estava
levando uma vida normal em casa com seus pais, porque você pensava que era apropriado
estar em casa?
MJ: Sim, era natural para mim. Não estava pronto para o
mundo ainda e era muito ingênuo. Meus pais me queriam por perto. Talvez tenha
sido incomum em alguns aspectos. Não jantávamos juntos. Era comer e correr,
porque estávamos em trabalhos, família do show-business. Tive cozinheiros
especiais, Sikhs de turbante, para fazer comida vegetariana para mim. Mas por
outro lado, você sabe, eu assistia muitos desenhos animados. Era uma bela casa
grande com três hectares de jardins e uma loja de doces, onde você podia fazer
seus próprios sorvetes e uma loja de flores e jardim Inglês Tudor, uma sala de
cinema, um estúdio de gravação grande.
SB: E sobre o fato de que as crianças são, por vezes,
desagradáveis umas às outras? Às vezes você vê crianças que precisam ser
ensinadas a partilhar e que são por vezes, desagradáveis. Bullying é algo que
as crianças costumam fazer. Há um garoto no ônibus que intimida uma das minhas
filhas tanto e tem sido tão mau com ela. Seus pais têm falado com ele e ele
negou o bullying a ela. Ele disse: "Eu nunca faria isso." Queixei-me
ao diretor da escola, mas ele ainda faz isso. Minha filha chega em casa e
chora.
MJ: Qual a idade da criança que a intimida?
SB: Doze anos, e ela tem onze, uma alma pura. Todas as
crianças são puras, mas ela é extremamente pura. Ela é uma alma pura e não sabe
como reagir. Pode ser que essas crianças que intimidam não tenham tido amor
suficiente. Elas foram corrompidas. Estão exibindo qualidades adultas, mas a
sua teoria seria que, se esse garoto que a intimida tivesse sido mostrado o
amor incondicional por seus pais, ele não teria necessidade de fazer isso e ele
não estaria em tanta dor.
MJ: Acredito que eles fazem isso para chamar a atenção. Acho
que você poderia rastrear todos os males nos adultos quando foram crescendo.
Temos que ter muito cuidado e amor e estar amando o tempo todo. Você não sabe
como os prejudica mais tarde em cada pequeno incidente. Eu leio seus olhos e
descubro quem está sofrendo mais e dou-lhe o abraço mais longo, ou escolho o
mais gordo ou aparência mais grotesca e as pessoas dirão: "Por que você escolheu
esse?" e digo: "Este é aquele que mais precisava." Você pode
dizer, porque eles estão olhando triste e não acham que você vai gostar deles.
Eles tem medo de olhar para você, às vezes, porque foram muito importunados. Pode
dizer... um cão golpeado age de forma diferente.
Tivemos uma cadela, o nome dela era “Black Girl” (menina preta),
e ela era meio lobo e meio pastor alemão. Meu pai é um caçador, adora caçar e
ama armas. Eu sou o oposto - Odeio a caça e odeio armas. Um dia ele estava
polindo seu rifle e o cão ia: "Eh uh, eh” [choramingando ruído], se
afastando pra trás assim e ele vai: "Crianças, olhem para isso."
Então ele pegou a arma e apontou-a para o cachorro e o cachorro saiu correndo para
debaixo da cama e ele ficava se perguntando, como é que o cão sabe? Checamos e
descobrimos que o cão tinha sido maltratado, um caçador possuía o cachorro e
ele usava disparar sobre ele enquanto estava caçando e o cão sabia o que uma
arma parecia e como aquilo soava. Assim, sempre que alguém na vizinhança, como
no Ano Novo, estaria disparando sua arma, este pastor alemão iria correr, se esconder
e chorar. Percebi que este pastor alemão tinha problemas condicionados e é a
mesma coisa com todos nós, não é isto? Certo? Demos a este cão muito amor, abraços
e beijos.
SB: Vocês poderiam desfazer o medo?
MJ: Temos certeza que trabalhamos duro, entre Janet e eu,
que adorávamos essa cachorra. Demos-lhe muito amor e ela ficou muito melhor.
Mas então, haviam aqueles que viriam arruiná-la para nós.
SB: Todo o desprezível que você sentiu, nunca quis odiar as
pessoas de volta?
MJ: Não. Como resposta a muitos jornalistas maldosos que só mentem,
a tal resposta é não. "Te odeio pelo que escreveu," porém em vez
disso: "Não entendo por que você
fez isso comigo e deixarei assim." Dói muito, porque eles acham que você é
feito de algum tipo de substância forte e que você pode superar isto o tempo
todo. Mas você tenta encontrar uma maneira de manter sua cabeça acima disso e
nem sempre é assim, porque realmente dói.
SB: Mas você nunca quis odiar volta?
MJ: Não
SB: Porque perderia essa inocência infantil?
MJ: Sim, nunca quero odiar volta.
SB: Mas o que faz a criança normal Michael? Começa a odiar
de volta, entende? Digamos que alguém foi maldoso ao Prince e, em seguida, o
Prince gritou com ele. O que você diria a ele? Como você reagiria se o Prince
mostrasse raiva de volta? E digamos que o Prince teve razão. Alguém tinha sido cruel
com ele. Você ficaria feliz que o Prince tinha aprendido a se defender, ou você
se sentiria: "Não, não quero isso de você."
MJ: Eu preferiria que ele conseguisse entender por que a
outra pessoa estava ofendendo e tentasse alcançar seu coração, que é o que eu
faria. Como Gandhi disse: "Olho por olho e o mundo inteiro fica
cego." Você não pode ser assim. Isto é apenas criar mais atrito. Sou muito
protetor de todas as crianças. Se vejo alguém magoando uma criança, de qualquer
modo, percebo que tenho um problema com isso. Se vejo isso em um filme, sei que
estão atuando, mas tenho que sair e dar um bom choro e depois volto, ou fico muito irritado. Se eu estiver
assistindo a um filme e vejo alguém batendo em uma criança duramente e ela
chora, realmente não posso suportar isso. Aprendi isso sobre mim mesmo. Isto
atinge os nervos e posso relacionar-me a isso, porque aconteceu comigo muito.
Quando meu pai costumava a... ele tinha um jeito horrível de
disciplinar você. Ele olhava para você assim e dizia: "Venha aqui", e
você sabia o que aquilo significava. Ele lhe esbofetearia forte e suas
impressões ficariam em seu rosto, e ele o empurraria e o empurraria na frente
dos fãs, chorando, com lágrimas nos olhos. A disciplina e a vergonha são duas
coisas diferentes, você não atravessa a linha da vergonha. Isso me machucava
muito e eu não sei se ele percebia isso.
SB: Então, se Prince e Paris fizerem algo errado, você iria
discipliná-los, mas nunca envergonhá-los?
MJ: Nunca envergonhá-los.
SB: Então você diria: "Príncipe, isso estava
errado".
MJ: Você poderia falar sobre isso e fazê-los entender. Você
não pode envergonhá-los, de jeito nenhum. Isso é errado.
SB: Você acha que mesmo as crianças têm um senso de sua
própria dignidade, e não apenas os adultos?
MJ: Sim. Nunca envergonhe-os na frente de seus amigos. Nunca.
Nunca. Nunca. Eles nunca esquecerão se você fizer isso.
SB: Então, com base no que você está dizendo, sente-se de
algum modo com medo de ser um adulto no sentido de que os adultos podem
infligir dor, que podem mostrar a raiva? É algo que você nunca quis ser? Essa é
uma das razões que insiste em permanecer infantil, porque você está preocupado
com o desenvolvimento da agressão adulta?
MJ: Nunca quero ser isso. Não tenho orgulho de ser um
adulto. Nem gosto de dizer isto. Nunca sequer digo isto.
SB: Deixe-me perguntar-lhe isto. Prince e Paris e todas as
crianças são, por vezes, desobedientes. E quando as crianças são cruéis e
intimidam umas as outras? Em primeiro lugar, de onde vem isso? E em segundo
lugar, o que podemos fazer sobre isso?
MJ: Penso que é por falta de amor, atenção e respeito.
SB: O que os pais devem fazer sobre isso, devem repreendê-las
ou mostrar-lhes amor extra?
MJ: Dar-lhes mais amor, segurá-los, tocá-los. Olhar em seus
olhos e falar com eles. As pessoas não conversam com seus filhos. Ignoram-nos.
É por isso que as crianças saem e fazem essas coisas para chamar a atenção, e
ferem as outras e não percebem.
SB: Porém você diria que se fosse mostrado às crianças o
amor e atenção que elas precisam, elas nunca iriam se comportar dessa maneira?
Então, Sigmund Freud, que disse que as crianças são narcisistas, que elas são
egoístas e egocêntricas. . .
MJ: Ele estava errado. Errado.
SB: E sobre o fato de que as crianças podem ser possessivas
com seus brinquedos? Uma de suas primeiras palavras: "é meu". Mesmo
as crianças que são mostradas imensas quantidades de amor dizem "é meu".
MJ: Isso é verdade. Mesmo as que são mostrados muito amor
dizem "é meu".
SB: Parece que sim. Você mostra a Prince e Paris uma
quantidade imensa de amor. Eles dizem "é meu"?
MJ: Um ao outro, mas não com outras crianças.
SB: Isso é porque você conscientemente ensinou-lhes que não "é
meu".
MJ: É importante compartilhar.
SB: E sobre o seu próprio senso de valor e autoestima?
Talvez um dos argumentos mais fortes que estamos discutindo é que quando não é
mostrado às crianças o amor incondicional, elas começam a desvalorizar-se. Elas
sentem que não têm importância. Elas não têm autoestima suficiente. Não acham o
suficiente de si mesmas. Você não recebeu todo esse amor. Como você lida com as
questões de autoestima?
MJ: Tento pensar sobre onde compensei por muita perda de mim
mesmo. Não consigo encontrar isto algumas vezes. Acho que é um dom que tenho, porque
passei por muita coisa e fui capaz de
sair disso e tornar-me uma pessoa melhor. É por isso que sinto que sofri e
perdi muitos problemas e valores da infância, porque me fez tão sensível às
crianças agora. É inacreditável como sou com elas, realmente. É por isso que penso
que estava destinado para ser, isso é tudo que posso dizer.
SB: Então, as crianças são a compensação?
MJ: Penso que sim. São meus professores. Eu as observo e
aprendo. É importante para nós tentarmos ser como elas e imitá-las. Elas são de
ouro.
SB: Você nunca teve a experiência como uma criança de ser aconchegado
e amado, de ser mostrado o amor incondicional? Você não teve isso. Mas você
teve fãs que mostraram amar você, embora talvez isto estivesse baseado em sua
performance, ao invés de sua essência.
MJ: Os fãs me conhecem e conhecem meu coração. Eles têm
fotos gigantes de bebês e grandes recortes de crianças de mãos dadas, eles
trazem as crianças e sabem que eu as amo. E deram-me prêmios e coisas,
reconhecendo-me como uma pessoa diferente de uma celebridade e como se
preocupam com as questões com crianças e coisas assim. Oh rapaz. Um dia as
pessoas compreenderão. Elas vão entender. Acho que é a maneira que Deus quer
que sejamos.
SB: É fácil para você ser inocente, porque mesmo quando as
pessoas lhe atacam, você pode retirar-se para este belo rancho que você tem.
Então você não tem que restituir. Você é muito bem-sucedido, para que possa dar
ao luxo de perdoar as pessoas e permanecer infantil. "Mas e quanto a mim?"
alguém pode dizer: "Eu vivo em um trailer. Como posso perdoar as pessoas? A
vida é amarga para mim. Deus tem me decepcionado. Não tenho tempo para os meus
filhos. Sou uma mãe solteira com dois empregos para sustentar os meus filhos.” O
que você diria a alguém que diz: "Por favor, Michael. Isto não é realista!
Você quer que eu seja como o Peter Pan? Você quer me levar para essa terra de
fantasia, chamado Neverland. Caia na real! Não posso ir para uma terra de
fantasia. Tenho filhos para sustentar. Meu marido me bate ". O que você
diria para alguém assim?
MJ: Eu acho que eles deveriam tentar descobrir a verdade
sobre o poder do amor e da maneira que acho que deveria ser feito, sem soar pretensioso,
do modo que descobri que é a verdadeira felicidade. Acho que se eles mesmos se
dessem a chance, sentiriam isto.
SB: Existe liberdade onde você está agora? Existe liberdade
em defender uma maneira infantil de ser? Você se sente como todos os adultos
estão na prisão em algum lugar e você é a única pessoa livre?
MJ: Aha. Sim. Não compreendo como alguém não adoraria isto.
É o melhor.
SB: Poderíamos entrar na pintura de Norman Rockwell, esse é o
tipo de mundo que você gostaria de habitar? É esse o tipo de mundo que você
gostaria de ajudar a criar?
MJ: Oh sim.
SB: Você é um pai solteiro criando seus filhos. A única
coisa que as pessoas estão de acordo é a necessidade ideal de ter ambos os pais
envolvidos na criação de uma criança. Seus filhos sofrem por ter apenas um pai criando-os?
Ou você acredita ser capaz de compensar com amor suficiente por ambos os pais?
MJ: Sim, ou a metade que realmente não os quer. Se você
realmente ama-os incondicionalmente com tudo que você tem, você mesmo merece criá-los. Isso é tudo que eles precisam. É amor.
SB: Então você acredita que não é uma questão de números.
Uma pessoa pode proporcionar-lhes, desde que o amor seja incondicional.
MJ: Absolutamente.
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