terça-feira, 30 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 4 - Dangerous - " Why You Wanna Trip On Me"



2. WHY YOU WANNA TRIP ON ME


(Escrita e composta por Teddy Riley e Bernard Belle.
Produzida por Teddy Riley e Michael Jackson.
Gravada e mixada por Bruce Swedien, Teddy Riley, Dave Way e Jean-Marie Harvat. Sequência e programação: Wayne Cobhan.
Arranjo vocálico por Michael Jackson.
Arranjo rítmico por Teddy Riley.
Vocais solo e background: Michael Jackson.
Teclado, sintetizadores e guitarra: Teddy Riley.
Introdução de guitarra: Paul Jackson Jr.)



“Why You Wanna Trip On Me” continua o comentário social de “Jam”. Nesta sequência mais desenvolvida de “Leave Me Alone”, Jackson não está mais, simplesmente, condenando os críticos dele por “falar mal dele por aí”; ele está dirigindo o olhar dele para questões mais prementes: pobreza, fome mundial, AIDS, e violência de gangue, entre outras. Com “mais problemas que nós nunca iremos precisar”, ele canta, “realmente não há tempo para ficar me perturbando”.

A música começa com uma empolgante introdução de guitarra por Paul Jackson Jr., antes do hard rock se fundir na energia do funk new jack swing. Como em “Jam”, Jackson canta em um “tempo de voz cortado, ofegante”, enquanto uma guitarra funk toca (tocada por Teddy Riley) e “empilhadas camadas de teclado… movem-se e se infiltram, variando texturas sobre (uma) faixa rítmica insistente, estrondosa”.

Brilhantemente arranjada por Teddy Riley e Michael Jackson, a faixa mescla intensidade rítmica com requintadas harmonias vocálicas. “Por manter a batida sempre à frente”, observa Robert Doerschuk, “dando o laço extra pop e omitindo o baixo… [Riley] revela o vocal de Jackson mais que Quincy Jones revelou em alguns cortes anteriores, e deu mais exposição para a oitava nota no padrão *hi-hat, que, essencialmente, define new jack swing”. No refrão, Jackson repete os versos: “Por que você quer me perturbar?” Enquanto a pergunta é ecoada por belas camadas de vocais em falsete.

A crítica de Jackson ao equivocado foco da mídia de massa e tendência sensacionalista tornar-se-ia um crescentemente proeminente tema nos trabalhos posteriores dele (“Scream”, “Tabloid Junkie”, etc.) Com tantos outros problemas urgentes para cobrir, ser “diferente”, ele argumenta aqui, não deveria realmente ser “notícia”.

Nota da tradutora: Hi-hat: Sãos os pratos que integram a bateria.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 4 - Dangerous - "Jam"


1. JAM

(Música de Rene Moore, Bruce Swedien, Michael Jackson e Teddy Riley.
Som e letra por Michael Jackson.
Produzida por Michael Jackson, Teddy Riley e Bruce Swedien.
Gravada e mixada por Bruce Swedien, Teddy Riley e Dave Way.
Vocais solo e background por Michael Jackson.
Rap performando por Heavy D.
Teclado: Rene Moore, Teddy Riley, Bruce Swedien e Brad Buxer.
Sintetizadores: Teddy Riley, Rhett Lawrence, Michael Boddicker e Brad Buxer.
Bateria: Teddy Riley e Bruce Swedien. Guitarra: Teddy Riley)


“Jam” é a perfeita abertura representativa para Dangerous. Corajosa, sinistra e reveladora, ela marca um ponto de transição na carreira dele (o som de abertura, de vidros estilhaçando, apropriadamente assinala esta inovação).
Foi-se o primitivo, as fantasias cinematográficas de Bad produzidas por Quincy Jones; no lugar disso, está algo mais corajoso, algo mais sintonizado com a rua, mas ainda verdadeiro à essência de Michael Jackson.

Com a letra em staccato dela e os comentários sociais que alfinetam, alguns têm chamado “Jam” de uma Geração-X versão James Brown. O crítico da Rolling Stone, Allan Light, descreveu a música como “uma faixa densa, arrebatadora de [Teddy] Riley, impulsionada por samples de instrumentos de sopro, com um sútil efeito scracth, incluindo um rapligeiro pelo favorito de Riley, Heavy D. Embora isso, inicialmente, soe como um simples veículo de dança funk, a voz de Jackson retumba dentro de cada frase com um desespero que nos incita a olhar mais a fundo”.

Na verdade, com a poderosa tensão rítmica da faixa e urgência vocálica, Jackson canta em uma profunda agitação interior (“confusões, contradições”) e um mundo à beira do apocalipse.

 “Eu tenho que encontrar meu espaço porque/ Ninguém parece deixar-me estar”, ele canta. “Falsos profetas choram da desgraça/ Quais sãos as possibilidades.” Em letras assim, a conexão é desenhada entre os medos e ansiedades pessoais dele e o mais amplo contexto social que os atiçam. O mundo, de acordo com Jackson, está cheio com tal hipocrisia, exploração, ganância, e manipulação que ele não pode deixar de se perguntar qual será é o destino do mundo (além do dele). “Eu estou condicionado/Pelo sistema”, ele confessa. “Não fale comigo/ Não grite e brade.” Esse é o tipo de angustia e autorreflexão que alguém poderia esperar, mais facilmente, de uma banda como Nirvana ou Radiohead. Mas Jackson evoca o condicionamento convincentemente.

A Jackson foi mostrada uma precoce versão de “Jam”, de Bruce Swedien, que estava trabalhando na faixa com René Moore para o álbum dele. “Nós estivemos experimentando com o ‘circuito’ antigo, mas extremamente energizada bateria e faixas rítmicas”, recorda Swedien. “Nossa ideia era pegar a fantástica sensação dessa performance vintage de bateria e, então, colocar em camadas com sons novos, muito contemporâneos, em faixas paralelas, para trazer o valor sonoro do groove atualizado”. Swedien e Moore trabalharam nisso por algum tempo antes de dar a Michael para que ele ouvisse. “[Ele] absolutamente adorou o conceito!”, recorda Swedien. Eles decidiram dar a faixa a Michael, que, subsequentemente, trabalhou nela com Teddy Riley e escreveu a letra.

“Jam” se tornou a faixa mais socialmente consciente e psicologicamente sincera de Jackson, desde a abertura de Thriller, “Wanna Be Startin’ Somethin’”. O tom, agora, era mais sombrio, Jackson mais pensativo. Ele cospe clichês (“O mundo deveria se unir”,“Vamos resolver isso”) com uma conhecida ironia. A realidade, ele entende, é mais desoladora. “O mundo continua mudando mentes rearranjadas”, ele observa, antes de questionar, “Nós sabemos o que é certo e o que é errado?” Família, política, e religião, tudo parece colocá-lo para baixo e o deixa procurando. Ele tem que “encontrar a paz (dele)”,mas ele está cansado das fórmulas das outras pessoas. “Não pregue para mim/ Não chore e brade”.

No refrão, porém, Jackson encontra alguma esperança e decisão, declarando, resistentemente, “isso não é nada de mais para mim”. Na verdade, se há redenção, finalmente, para o cantor, isso vem na própria música. Jamming significa uma temporária escapatória de um mundo frequentemente sufocante. Significa ser absorvido em uma comunidade criativa, permitindo que a música, de alguma forma, “resolva”.





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domingo, 28 de setembro de 2014

Em defesa da Magia de Michael Jackson






Por Jean Grae

''Há um ano, tentei convencer a uma desconhecida que, sim, a magia de fato existe. Eu não estava falando de David Blaine, Criss Angel ou mágicos de rua. Não. Eu quis dizer da magia na criatividade, em manifestar coisas à vontade, em...em..aggh!

Eu estava tão frustrada que não conseguia explicar isso a ela, mas então percebi que ela simplesmente nunca acreditaria, nem sequer tentaria compreender. Isso deixou-me tão triste por ela, por estar perdendo a beleza do mundo ao seu redor.

Digo isso porque, na sequência da passagem de Michael Jackson, já vi muitas pessoas comentarem sobre a sua indiferença em relação a isso.

Agora, não é a indiferença que me incomoda. É a incapacidade de compreender a tristeza que os outros estão sentindo em massa, a nível mundial.

"Como você pode perder algo que nunca teve?" Li um envio no Twitter.

Brincando disse ao meu amigo para responder com: ''Esqueça, você não vai compreender porque você está morto por dentro.''

O que poderia haver em um ser humano que não reconhece, ou pode tão facilmente descartar, a clara e anunciada magia encarnada?

Mesmo se há algo em você, em sua alma, em sua fibra, que seja impermeável a isso, como pode negar a sua existência, se isso afeta o resto do mundo em um nível muito profundo? Por sentir algo tão básico como gratidão e compaixão por receber um toque de magia do Universo, o luto pela perda de seu criador... não dá para entender que as pessoas sintam-se nulas... simplesmente não entendo.

Eu chorei, cara. Chorei DURAMENTE. Choro só de lembrar a sensação de ler as primeiras notícias on-line, de acordar o meu namorado para contar-lhe a respeito da notícia. Chorei mais ainda porque vi suas próprias lágrimas brotarem.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 4 - Dangerous ( Parte II)



No lugar deste fundamentalismo, Jackson estava desenvolvendo uma visão do mundo mais naturalística, inclusiva, que, por sua vez, teve um profundo impacto na arte dele. Em uma peça chamada “God”, em Dancing the Dream, ele escreveu: 


“É estranho que Deus não se importa em expressar-se, Ele /Ela, em todas as religiões do mundo, enquanto as pessoas continuam se agarrando à noção de que o jeito deles é o único jeito certo... 
Para mim, a forma de Deus não é a coisa mais importante. 
O que é mais importante é a essência. 
Minhas músicas e danças são delineadas por Ele para vir e preencher. 
Eu ofereço a forma, Ela coloca na doçura... 
Eu tenho olhado para o céu noturno e contemplado as estrelas tão intimamente de perto, é como se minha avó as tivesse feito para mim... 
Mas para mim o mais doce contato com Deus não tem forma. 
Eu fecho meus olhos, olho para dentro, e entro em um suave silêncio profundo. 
A infinidade da criação de Deus me envolve. 
Nós somos um.” 

Jackson ainda apreciava muitos rituais, costumes e comunidades de religiões. Agora, no entanto, ele vê Deus menos como uma figura autoritária, e mais como uma energia criativa.

Muito do resto de Dancing the Dream fornece vislumbres da visão romântica, maravilhosa, de Jackson sobre o “mundo em volta de nós e o universo dentro de cada um de nós”. Esse é um livro que tem recebido pouca atenção; mas anos depois da publicação, Jackson disse que ele era uma melhor representação dele que a autobiografia.

Em “Planet Earth” ele fala para a Terra como um amante, perguntando: 


Você se importa, você tem uma parte/Na profunda emoção do meu próprio coração/ Suave com brisas, carícias e inteiramente/ Viva com música, assombrando minha alma.” 

O poema de Jackson “Magic Child” carrega ecos do poeta inglês William Wordsworth, com a mensagem de sabedoria, verdade e êxtase encontrada na inocência e pureza das crianças. 
E enquanto eles sussurravam e conspiravam” escreve Jackson, “Através dos infinitos rumores para deixa-lo cansado/ Para matar a maravilha dele, espezinhá-lo/ Queimar a coragem dele, alimentar o medo dele/ A criança continua apenas simples, sincera.” 

Em outros trabalhos, Jackson escreve sobre graça e a alegria de golfinhos, a liberdade de falcões e a majestade de elefantes.
O mundo inteiro abunda em mágica”, Jackson exclama em uma obra. “Quando uma baleia precipita para fora do mar como uma montanha recém-nascida, você se sobressalta em inesperado deleite... Mas uma criança que vê o primeiro girino dela cintilando em uma poça de lama sente a mesma emoção. Maravilha alimenta nosso coração, porque ele tem relance de um momento de diversão da vida... Toda vez que o sol nasce, a Natureza está repetindo um comando: ‘Contemple! ’ A magia dela é infinitamente prodigiosa e em troca tudo que nós temos que fazer é apreciá-la.”


A linguagem de Jackson vividamente evoca o êxtase da emoção da criação: “Que deleite a natureza deve sentir quando ela faz estrelas de um turbilhão de gases e espaço vazio”, ele escreve. “Ela as arremessa como lantejoulas de uma capa de veludo, um bilhão de razões para que nos despertemos em puro gozo. Quando nós abrimos nossos corações e apreciamos tudo que ela nos dá, a Natureza encontra a recompensa dela. O som de aplausos rola através do universo, e ela se curva.” 


O livro foi, na maioria, ignorado ou zombado por críticos; a sinceridade de Jackson fez dele um alvo fácil. Mas o livro fornece uma fascinante janela para o interior do artista, que tinha uma misteriosa habilidade de experimentar (e demonstrar nas performances) o que Deepak Chopra descreveu como a “sensação de Deus” – um transcendente, “estado estático”, que dissolve linhas duras, barreiras e ideologias e reconhece, em vez disso, a unidade da existência – entre diferentes raças, culturas e religiões, entre mente e corpo, entre seres humanos, natureza e animais. “Toda a vida está em mim”. Ele escreveu em uma das obras finais. “As crianças e a dor delas; as crianças e a alegrias delas. O oceano expande sob o sol; o oceano gotejando com petróleo. Os animais caçando com medo; os animais estourando com a pura alegria de estar vivo.”

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 4 - Dangerous ( Parte I )



“Esta alienação, fragmentação, abominação/ De separação, exploração, isolação/ Esta crueldade, histeria, absoluta loucura/Esta raiva, ansiedade, transbordante tristeza… Êxtase, Êxtase/ Por que não podemos todos sempre viver em êxtase.”

Michael Jackson Dancing the dream 1992

LANÇADO: 26 de novembro de 1991

PRODUTOR EXECUTIVO: Michael Jackson

CONTRIBUIDORES CHAVES: Teddy Riley (produzindo/compondo), Bill Bottrell (produzindo/compondo), Bruce Swedien (engenharia/mixagem/composição), Matt Forger (gravando/mixando/direção técnica), Brad Sundberg (diretor técnico), Glen Ballard (compondo), Siedah Garret (compondo), Buz Kohan (compondo), Slash (guitarra), Heavy D (rap), Johnny Mendel (orquestra)

SINGLES: “Black or White”, “Remeber the Time”, “In the Close It”, “Jam”, Who Is It”, “Heal the World”, “Give Into Me”, “Will You Be There, “Dangerous”


ETIMATIVA DE CÓPIAS VENDIDAS: 40 milhões


Dangerous era um novo tipo de álbum para Michael Jackson. Depois de uma extraordinária atuação com Quincy Jones, que resultou em três dos mais bem sucedidos e influentes álbuns na história da música moderna, Jackson se recusou a simplesmente descansar nos louros dele ou repetir fórmulas comprovadas. Ele estava pronto para um novo desafio, um novo som, uma nova visão.

Agindo pela primeira vez como produtor executivo, Jackson corajosamente, buscou talento fresco, incluindo o mastermind do new-jack-swing, Tedd Riley. No entanto, isso não foi simplesmente um álbum “new jack”, como ele tem sido muitas vezes caracterizado.Dangerous sampleou a Nona Sinfonia de Beethoven; ele apresenta talentos tão diversos como o Coro Andraé Crouch Singer, Slash e Heavy D; ele explora questões raciais, identidade, alienação e Deus. Foi uma coleção eclética, maximalista, tão audaciosa quanto nenhuma música pop tinha sido antes. Tendo já alcançado o ápice do sucesso comercial, Jackson queria criar algo para todas as idades – algo que não iria apenas entreter, mas também fornecer provocação e inspiração.

Aos setenta e sete minutos, Dangerous cumpriu a visão sublime de Jackson. Pela transformação, coragem, assombro e transcendência, ele não apenas tornou-se o álbum mais socialmente consciente do cantor, à data, mas também o mais pessoalmente revelador dele. A primeira capa do álbum – uma intrigante máscara estilo circense, de onde penetrantes olhos olham para o mundo – significa uma nova autoconsciência e profundidade. Uma estonteante odisseia musical, Dangerous é o Songs in the Key of Life de Michael Jackson: o trabalho de um artista engajado com o mundo em volta dele – e dentro dele – como nunca antes.

Muito tinha mudado no mundo desde o lançamento de Bad em 1987. Politicamente, era um tempo de volatização e transição. Em 1988, George Bush derrotou o candidato Democrata, Michael Dukakis, de forma esmagadora, para se tornar o quadragésimo primeiro presidente dos Estados Unidos. A campanha, porém, trouxe o espectro do racismo para a superfície com o infame Wille Horton anunciando reforçados estereótipos e medos de homens negros. Poucos anos depois, em 1991, a tensão racial ferveu novamente, seguindo ao brutal espancamento de Rodney King e os motins em Los Angeles.
Em Dangerous, em resposta a esse clima, Jackson iria, explicitamente, confrontar racismo, pela primeira vez, na carreira dele.

Da mesma forma, a epidemia de AIDS assomava maior que nunca, com a morte de figura de grande visibilidade, como Ryan White, de quem Jackson tinha se tornado amigo, em 1989, e o líder do Queen, Freddie Mercury, com quem Jackson tinha colaborado no início dos anos oitenta. Em novembro de 1991, o jogador de basquete, Magic Johnson, chocou o mundo quando ele anunciou em uma conferência de imprensa que ele também tinha contraído o vírus HIV e iria abandonar o basquete imediatamente. No ano seguinte, ele estava no vídeo de Michael Jackson para “Remember the Time”.

No exterior, o mundo viu tanto sinais de esperança quanto de destruição. Em 1989, jubilosas imagens do Muro de Berlim sendo derrubado por marretas foram temperadas com a imagem de um jovem homem parado na frente de um tanque na Tinanmen Square. Do mesmo modo, em 1990, a longamente aguardada libertação do ícone do antiapartheidsul-africano, Nelson Mandela, foi contrastada com a invasão do Kuwait por Saddam Hussein e a subsequente Guerra do Golfo Pérsico.
Para muitos, no entanto, esses foram eventos distantes, que se desenrolaram como filmes na TV. Perto de casa, famílias lidavam com negligência, divórcio e disfunção (como representado em programas populares como Married with Children e The Simpsons). Na escola e nas ruas, o espírito da época estava mudando do otimismo e materialismo, nos anos oitenta, para inquieta ansiedade e alienação que veio definir a Geração X. Esses eram filhos das explosões de bebês: eles tinham crescido com a propaganda da Guerra Fria, Reagan, MTV e videogames. No final da década, eles estavam começando a reavaliar o “mundo material” no qual eles tinham sido criados.
É claro, durante os anos oitenta, essa corrente alternativa estava presente, como representado pelos revolucionários grupos de hip-hop, como Run DMC e Public Enemy, e atos alternativos como R.E.M. e os Pixies. Porém, no fim de 1992 – o ano no qualDangerous de Michael Jackson foi lançado –, rap grunge e gangsta estavam começando a tomar o país de assalto.
Era janeiro de 1992 quando o álbum seminal do Nirvana, Nevermind, substituiu o álbumDangerous de Jackson no topo dos charts. Muitos viram isso como um momento simbólico, que oficialmente encerrou o reino do pop e inaugurou a era grunge com bandas como Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e Smashing Pumpkins tomaram todas as ondas de rádio e a MTV.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

'WE'VE HAD ENOUGH' BASTA! ( Já Tivemos o Bastante)



'We've Had Enough', não é mais um desabafo sobre o linchamento que Michael Jackson vem sofrendo nas mãos dos neoconservadores, falsos moralistas e fundamentalistas que detêm o poder na América. Embora seja universal, no atual contexto, ela é sim um desabafo sobre o que o mundo todo vem sofrendo nas mãos desses republicanos de Bush que tratam gente "esquisita" com algemas e bombas.

Como estamos falando de Michael Jackson, não espere a banalidade de versos como "nós queremos paz" ou "a América mente". A música mais política da carreira de Michael Jackson, sim esqueça 'They Don't Care About Us', não carrega bandeiras políticas explícitas ou levanta bordões anti-Bush. Michael Jackson é o contador de estórias do mundo contemporâneo. Como os sábios de séculos ou mesmo milênios atrás, ele faz sua crítica com parábolas e causos. Foi assim quando ele dançou seus sonhos em forma de livro, por exemplo. 

Em 'We've Had Enough', ele nos leva a imaginar como um pai contaria a uma criança sobre a morte da mãe em um ataque militar, e vice-versa. Há algo mais simples e direto do que esse apelo? Há alguma ideologia que se sobreponha à crua constatação de uma vida interrompida, justificando momentos assim? 

Como me disse em conversa nosso ex-diretor e meu amigo Alvaro Zanotti, estes versos que retratam inocentes pedindo uma explicação sobre a orfandade provocada pela guerra soariam piegas na boca de qualquer outro. Com Michael, eles soam dolorosamente humanos, fazendo-nos pensar, ou melhor sentir, como pudemos permitir que isso acontecesse. Esta é uma das funções de Michael Jackson no mundo: ele nos faz ver o que há de mais simples que, de tão óbvio, não percebemos mais; ele nos mostra que teorias complicadas e sofisticações intelectuais não valem de nada perante a dor nua e humanamente crua. 

Fazer-nos imaginar uma garotinha perguntando a um oficial se Deus lhe disse que ele poderia decidir quem poderia viver e quem deveria morrer é o jeito de Michael de nos ensinar que nenhuma ideia vale uma vida, como diz explicitamente e, portanto, sem a mesma força, uma canção brasileira. É o jeito de um homem simples que olha para a vida sem as lentes das convenções, das ideologias, das fórmulas e das regras... É o jeito de um homem que nos toca por olhar o mundo simplesmente como ele é. A propósito, será que um dia vão entender que é só isso que ele quer dizer quando diz que temos a aprender com as crianças? 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 3 - Bad - As Músicas - "Outras Notáveis Canções da Era Bad "



BUFFALO BILL (gravada em 1084, não-lançada) Jackson trabalhou na música com John Barnes durante as sessões iniciais de Bad. Ela tinha “uma grande abertura sinfônica e uma melodia charmosa”, de acordo com Bruce Swedien. “Essa música passou por muitas contorções e mudanças e verdes gravações e variações”, relembra Matt Forger. “Mas uma música maravilhosa…” Esta faixa foi inspirada por Wild Bill Hickock, um jogador de pôquer que foi baleado nas costas e se tornou herói de novela barata.

CHEATER (gravada em 1987, lançada em Michael Jackson: The Ultimate Collection, 2004) Uma fantástica faixa, guiada por órgão, sobre infidelidade. Jackson trabalhou na música com o tecladista Greg Phillinganes. Uma demo quase concluída, com o característico estalar de dedos de Jackson e vocal áspero, foi lançada no The Ultimate Collection em 2004.

EATEN ALIVE (gravada em 1985, não-lançada) Uma provocativa faixa rítmica que Jackson co-escreveu com os Bee-Gees. Jackson, mais tarde, permitiu que Diana Ross gravasse a música, fornecendo vocais para o refrão. A versão de Ross foi lançada no álbum dela, em 1985, com o mesmo título.

FLY WAY (gravada em 1987, lançada em Bad, Edição Especial, 2001) Uma linda música apresentando um sublime vocal e um refrão contagiante. Jackson escreveu a música durante as sessões de Bad, mas ela falhou em fazer a trilha sonora final. Ele mais tarde a deu para irmã dele, Rebbie, regravar, com os vocais backgrounds dele.

GETT IT (gravada em 1986, lançada em Characters por Stevie Wonder, 1987) Um duetofunky do final dos anos oitenta, por Jackson e Stevie Wonder.

GROOVE OF THE MIDNIGHT (gravada em 1987, não-lançada) Uma das últimas músicas que Jackson trabalhou com Rod Temperton. Agradável sensação R&B com ricas harmonias. Ela foi, mais tarde, gravada por Siedah Garrett e lançada no álbum dela, Kiss of Life.

MAKE OR BREAK (gravada em 1986, não-lançada) Jackson trabalhou nessa faixa dançante com John Barnes e Matt Forger. “Muito impulsionada e ótimo gancho, mas nunca foi terminada”, recorda Matt Forger.

SCARED OF THE MOON (gravada em 1984, lançada em Michael Jackson: The Ultimate Collection, 2004) Uma música assombrada, poética, sobre medos e isolamento da infância de uma menininha. Enquanto o que assombra a menina à noite (abuso, negligência) não é completamente revelado, o que é tragicamente claro é que ela enfrenta isso, quando isso “aterroriza e retorce a alma dela”, todas as noites.
A narrativa meticulosa traça o “terrível dano” que isso causou a psique dela, mesmo na idade adulta. A estrofe final retrata um grupo de vítimas de similares infâncias assustadoras. (“Juntos, eles recolhem/ A insanidade compartilhada deles/ Não sabendo exatamente o que eles temem”) A música composta por Jackson e o talentoso Buz Kohan (quem, mais tarde, escreveu Gone Too Soon”), foi baseada em um a história que Jackson escutou de Brooke Shields, sobre a irmã dela.
A história ressoou profundamente em Jackson. Ele escreveu a história em detalhes em um caderno de notas e, logo depois, veio com a pesarosa melodia da canção.

STREETWALKER (gravada em 1988, lançada em Bad: Especial Edição, 2001) Uma faixa marcante, revigorante, apresentando gaita por Jasun Martz, suaves harmonia, e uma linha de baixo ampla, sintetizada, estilo blues. Jackson. Trabalhou na música com Bill Bottrell. Enquanto ela ficou fora de Bad, em favor de “Another Part of Me”, ela parece em casa no álbum e tornou-se, desde então, uma das faixas não presentes em álbuns mais populares de Jackson. Jackson mencionou a música na deposição no tribunal, em 1994, como uma percussora da música “Dangerous”, a qual apresenta uma variação da enérgica linha de baixo da música.

WE ARE HERE TO CHANGE THE WORLD (gravada em 1986; lançada em Michael Jackson: The Ultimate Collection, 2004) Uma funky faixa rítmica gravada por John Barnes, durante as primeiras sessões de Bad, e apresentada na atração cinematográfica 4-D, Captain EO, junto com “Another Part of Me”.


Jackson no set do curta metragem de 1987 dele, Bad, dirigido por Martin Scorsese. Jackson esperava alcançar uma imagem mais resistente, ousada, com o novo álbum dele.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 3 - Bad - As Músicas - " Leave Me Alone "


11. LEAVE ME ALONE

(Escrita e composta por Michael Jackson.
Arranjos rítmicos e vocálicos por Michael Jackson.
Vocal solo e background e sintetizador vocálico: Michael Jackson.
Programação de bateria e sintetizadores: Larry Williams.
Guitarra: Paul Jackson Jr. Synclavier e programação de sintetizadores: Casey Young.
Sintetizadores: Greg Phillinganes)



Por causa das limitações de espaço “Leave Me Alone” apareceu apenas na versão CD de Bad. Mas essa música, intricadamente arranjada, é, ainda, outro tour de force audiovisual, com o satírico vídeo, vencedor do Grammy Awards, iluminando, ainda mais, a mensagem contundente da música. “Eu trabalhei duro na música”, Jackson recorda, “empilhando vocais no topo de cada uma das camadas de nuvens”. Ele também trabalhou duro no vídeo, o qual tomou mais de seis meses de vinte e cinco pessoas, para ser realizado à satisfação do cantor. Rolling Stone chamou a música de “Vintage Michael” com “um lote de cordas espessas para Jackson repetir várias vezes”, criando uma “mais sombria inversão de ‘The Way You Make Me Feel’”. Stephen Thomas Elerwine, da All Music Guide, proclamou-a a melhor música do álbum.

Enquanto essa distinção é discutível, “Leave Me Alone” é, certamente, a resposta mais corajosa de Jackson, àquele momento, às legiões de críticos dele. Por anos, a imprensa –mainstream e tabloides, do mesmo modo – alimentou-se de Michael Jackson, como de nenhuma outra estrela pop na história. “Leave me Alone” é a expressão de exasperação dele em relação à mídia e ao público, que se tornaram insaciáveis.

domingo, 14 de setembro de 2014

A Última "Billie Jean"


A Última "Billie Jean"Por Andrea Faggion

"Um ente nasceu ou se metamorfoseou como Michael Jackson há 25 anos em um especial de TV que comemorava os 25 anos da gravadora Motown. Foi o primeiro moonwalk... A primeira aparição do artista de Billie Jean. Fred Astaire e Gene Kelly, maiores dançarinos da época de ouro de Hollywood, ficaram simplesmente maravilhados. Astaire, aliviado, chegou a confessar que morreria em paz tendo encontrado seu sucessor.

De lá para cá, Billie Jean foi evoluindo sem jamais perder sua identidade original. Cada vez mais teatral, como diria Spielberg, ressaltando a luva única... a inesquecível fedora. Nosso Carlinhos de Jesus assinava embaixo, lembrando-se ainda da idéia genial das meias brancas, destacando os pés da entidade em movimento. Talvez atingindo o ápice da teatralidade na performance do clássico na turnê do álbum HIStory, Michael chegava com uma maleta e montava o personagem diante de todos para, finalmente, adentrar o spot de luz... momento de pura magia ("eu sempre terei que fazer Billie Jean no spot de luz rsrs" ~ MJ).

Então veio a turnê final ("the final curtain call") - This Is It. A turnê virou filme. Ninguém precisa relembrar por que. Como seria Billie Jean? Ela estaria lá? Ele... teria... tido... tempo? Vieram as chamadas para a TV, os traillers, o set list... Billie Jean estava lá, mas apenas como música sobreposta posteriormente a outras performances. Ele... não... teria... tido... tempo? Não, não era possível acreditar que aquela entidade faria seu ato final sem a assinatura de sua obra.

O filme This Is It caminha para o fim. As esperanças vão ficando para trás. Pela primeira vez, vemos não só a criatura do gênio, como seu ato de criação. As ordens para cada nota em seu devido lugar, a atenção a cada detalhe técnico. Porém... nada de Billie Jean! De repente... Kenny Ortega (não consigo mais pensar nesse nome sem ouvir a voz de Michael fazendo piada com sua sonoridade latina) aparece dizendo: "Michael estará com uma maleta executiva". Pronto! É o momento, já sabemos que a recriação dar-se-á justamente a partir de HIStory. Espera-se que o próximo take já traga MJ com a maleta e a mágica se dê pela última vez. A última Billie Jean!

Não acontece. Ele apenas planeja a posição da luz e como seu corpo será envolvido por ela, em que momento, de que maneira. Mas então, eis que um tanto de improviso, sem qualquer cenário, sem o figurino, sem efeitos... ironia das ironias... a última Billie Jean sequer tem o spot de luz e a fedora. A última Billie Jean é puramente Michael, para aqueles que ainda duvidavam de onde vinha a magia.

Começa devagar... "a-ha, não é tão bom quanto na era HIStory", já se apressam os mais céticos. Vai ficando mais rápido, mais preciso, o novo arsenal de passos vai aparecendo. A platéia vai se formando. Dançarinos e técnicos se aglomeram aos pés dele. No fim, saltam, agarram a própria roupa, socam o ar, gritam... deliram com o que viram... Kenny Ortega ("Ortega" by MJ), um dos coreógrafos mais bem sucedidos da atualidade, se aproxima em êxtase da entidade: "Isto aqui é um templo... eu sou seu devoto". E this is it..."



Fonte: MJBeats.

Repostagem do dia 07/09/2010

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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 3 - Bad - As Músicas - " Smooth Criminal "


10. SMOOTH CRIMINAL

(Escrita e composta por Michael Jackson; produzida por Quincy Jones.
Arranjos rítmicos por Michael Jackson e John Barnes.
Arranjos de instrumentos de sopro por Jerry Hey.
Arranjos vocálicos por Michael Jackson.
Vocais solo, background e palmas: Michael Jackson.
Bateria: Bill Bottrell, John Robinson e Bruce Swedien.
Guitarra: David Williams.
Saxofones: Kim Hutchcroft e Larry Hey.
Steinway Silenciado: Kevin Maloney.
Synclavier: Christopher Currel.
Certos efeitos de Synclavier por Denny Jaeger e Michael Rubini.
Sintetizadores: John Barnes e Michael Boddicker.
Comando do Chefe de Polícia por Bruce Swedien.
Gravação das batidas do coração de Michael Jackson, digitalmente processado no Synclavier, por Dr. Eric Chevlan


A final cápsula de sonho do álbum é a sombria epopeia *film-noir, “Smooth Criminal”, uma música mais ligada ao vídeo dela que, talvez, quaisquer outras faixas de Jackson, ao lado de “Thriller”. 

Ela é outro testemunho da singular e vívida imaginação de Jackson, que em um tempo quando a maioria dos vídeos musicais continuava a oferecer previsíveis representações em lugares prosaicos, Jackson nos deu ainda outra estranha e memorável história, colocando-nos profundamente dentro do alternativo mundo do submundo da Chicago dos anos trinta. 

Aqui, em um tenso clube noturno, com o estalido de uma moeda dentro de uma jukebox, a cena vem à vida com música e dança, quando Jackson revela um dos movimentos dele que mais fazem os queixos caírem, desde “Billie Jean”.

Originalmente concebida como uma Western, o curta de dez minutos para “Smooth Criminal”, dirigido por Colin Chilvers, e coreografado por Vincent Peterson, tornou-se a peça central do filme de Jackson, em 1989, Moonwalker (o que, eventualmente, superou o The Making of Thriller como o home video mais vendido de todos os tempos).

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 3 - Bad - As Músicas - " Dirty Diana "



9. DIRTY DIANA


(Escrita e composta por Michael Jackson,
produzida por Quincy Jones.
Arranjos rítmicos por Michael Jackson, John Barnes, e Jerry Hey.
Arranjos de sintetizadores por Michael Jackson, Quincy Jones e John Barnes.
Arranjo de cordas por Jhon Barnes.
Arranjos vocálicos por Michael Jackson.
Programação de bateria: Douglas Getschal.
Vocais solo e background e clave clapstick: por Michael Jackson.
Solo de guitarra: Steve Stevens. Bateria: John Robinson.
Guitarra: Paul Jackson Jr. e David Williams.
Synclavier: Christopher Currell.
Synclavier sintetizações: Denny Jaeger.
Sintetizadores: John Barnes, Michael Boddicker e Randy Waldman)



Com “Dirty Dina”, Jackson está de volta em território cinematográfico. Desde os efeitos do som de abertura, a sensação é tensa, envolvente, dramática. O vídeo musical (dirigido por Joe Pytka) perfeitamente captura o drama da música, enquanto Jackson, cantando para uma audiência ao vivo, olha ansiosamente para o lado do palco, onde uma mulher é vista, em silhueta, saltando de uma limusine. É uma música sobre culpa, fama e sedução.

Jackson queria uma música no álbum com um bem afiado sentimento rock, algo que daria à música um entalhe superior a “Beat It”.
Para esse fim, ele alistou o serviço do ex-guitarrista do Billy Idol, Steve Stevens, quem apresentou um solo de guitarra muito expressivo. Ele e Quincy Jones também decidiram adicionar barulho de multidão para dar à faixa um sentimento vivo, cru, enquanto o arranjo de cordas de John Barnes forneceu a atmosfera.
Tudo isso cria o palco perfeito para a narrativa tensa de Jackson, a qual Quincy Jones descreveu como uma versão atualizada de “Killing Me Softly” (uma música que Jones produziu).

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 3 - Bad - As Músicas - " I Just Can’t Stop Loving You "



8. I JUST CAN’T STOP LOVING YOU


(Escrita e composta por Michael Jackson;
produzida por Quincy Jones.
Vocal em dueto com Siedah Garret.
Baixo: Nathan East.
Bateria: N’dugu Chancler.
Guitarra: Dan Huff.
Percussão: Paulinho Da Costa.
Piano: John Barnes.
Synclavier: Christopher Currell.
Programação de sintetizadores: Steve Porcaro.
Arranjo rítmico por Quincy Jones.
Arranjos de sintetizadores por David Paich e Quincy Jones.
Arranjos vocálicos por Michael Jackson e John Barnes).


O primeiro single lançado do álbum Bad, “I Just Can’t Stop Loving You”, foi a maior estreia de uma música em 1987. Dentro de semanas, ela alcançou o #1 lugar na Billboard Hot 100,o primeiro de um recorde de cinco músicas do álbum a chagar ao #1. Enquanto ela foi muito aguardada e bem sucedida entre os ouvintes, porém, foi a mais castigada música do álbum pelos críticos.


Uma grande parte dessas respostas negativas foi devido à posição dela como primeiro single. 

A reação contra Jackson estava em força total, mesmo antes do álbum Bad sequer ser lançado. 

Muitos detratores estavam, simplesmente, esperando nos bastidores para atacar a primeira música. Nesse contexto a faixa foi uma estranha escolha para liderar, em termos de declarar o álbum como um todo.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 3 - Bad - As Músicas - " Man In The Mirror "



(Escrita e composta por Siedah Garrett e Glen Ballard,
produzida por Quincy Jones.
Arranjos rítmicos por Glen Ballard e Quincy Jones.
Arranjos de sintetizador por Glen Ballard, Quincy Jones e Jerry Hey.
Arranjos vocálicos por Andraé Crouch.
Vocais solo e background: Michael Jackson, apresentando Siedah Garrett, o Winans (Carvin, Marvin, Michael e Ronald), e o Coro Andraé Crouch.
Palmas: Ollie E. Brown.
Guitarra: Dan Huff.
Teclado: Stefan Stefanovic.
Sintetizadores: Glen Ballard e Randy Kerber)



Embora alguns críticos tenham sido lentos em reconhecer a ela o lugar de direito entre as gravações elites da música popular, “Man in the Mirror” destaca-se como clássicos como “Imagine” de John Lennon, “What’s Goin’ On”, de Marvin Gayes, e “Let It Be”, dosBeatles, como um dos maiores hinos sociais de era moderna.


Uma fusão gospel apaixonada, inspirada, que chama por mudança social e individual, ela não é apenas a obra central de Bad, mas também uma das realizações coroadas da carreira de Jackson. A revista Times a chamou de “um dos mais poderosos vocais (dele) e sensível declaração social, sem mencionar o melhor uso de um coro gospel em uma música pop em todos os tempos”. Após a definitiva morte de Jackson, no verão de 2009, foi a “Man in the Mirror” (assim como “Imagine” de John Lennon) que as pessoas mais se voltaram. Mais de vinte anos depois da estreia dela, ela alcançou o #1 no iTunes e outros sites de música em todo o mundo. “Essa, mais que qualquer outra”, observou Paul Lester, “foi a música a qual foi dada um novo sopro de vida através da morte dele, pela demanda do público”.

“Man in the Mirror” foi escrita durante as últimas sessões de Bad. “Siedah [Garrett] e eu a escrevemos para ele diretamente”, recorda Glen Ballard. “Quincy disse ‘Vocês não têm nada para nós? ’ Assim, Siedah escreveu ‘Man in the Mirror’ no sábado à noite, na minha casa, em Encino. Nós não tivemos a chance de enfeitá-la, portanto, eu não sentia que ela tinha uma chance, mas Quincy a tocou para Michael e ele disse: ‘Faça uma faixa’”.