quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Man In The Music: Indrodução III “Uma Educação Incomum”


Entender Jackson como um dançarino e performer é crucial para entendê-lo como um cantor e compositor, pois, se, alguma vez, existiu alguém que exemplificou o título “cantor e dançarino”, foi Michael Jackson. Ele aprendeu com os melhores: showmens como Sammy Davis Jr., James Brown, Jackie Wilson, Fred Astaire e Gene Kelly. Quando ele tinha apenas oito anos de idade, ele lhes assistia, do lado do palco, em legendários teatros como o Regal e o Apolo, absorvendo e aprendendo.

A maior revelação para o jovem Michael Jackson foi o “Padrinho do Soul”, James Brown. Como Elvis Presley foi para o jovem John Lenon, James Brown foi para Michael Jackson, embora, tivesse a vantagem de ver o ídolo dele de perto e pessoalmente. “Depois de estudar James Brown das coxias”, ele se lembra, “eu aprendi todos os paços, todos os grunhidos, todos os giros e voltas. Eu tenho de dizer, ele daria uma performance que te deixaria exausto, esgotá-lo-ia, emocionalmente.
Toda a presença física dele, o fogo saindo dos poros dele, seria fenomenal. Você sentiria cada gota de suor no rosto dele e você saberia que ele estava esquentando. Eu nunca vi nenhuma performer como ele.”


Não foi penas a performance e dança de James Brown que Jackson incorporou. O característico ritmo de canto de Brown, o staccato vocal dele (com sílabas curtas, grunhidos, gritos e exclamações), e o puro funk elementar dele está todo na música de Jackson. Jackson, é claro, adaptou e fundiu o estilo de Brown com outros, mas Brown foi, inquestionavelmente, a mais profunda influência, inicial, de Jackson.

A educação musical de Jackson continuou na Motown, onde ele foi cercado por alguns dos mais renomados músicos de uma era, incluindo Marvin Gaye, Gladys Knight e Smokey Robinson.
Quando garotinho, ele foi especialmente fascinado por Diana Ross, com quem ele morou durante meses, depois de chegar a Los Angeles, em 1970. “Ela era arte em movimento”, ele escreveu mais tarde. “Eu a observei ensaiar um dia, no espelho. Ela não sabia que eu estava observando. Eu a estudei, o jeito como ela se movia, o jeito como ela cantava, o jeito que ela era.” Quando jovem adolescente, ele também ficaria no estúdio com Stevie Wonder, observando-o gravar um dos álbuns clássicos dele, incluindo Song in the Key of Life. “Ele sempre viria para o estúdio curioso sobre como eu trabalhava e o que eu fazia”, Wonder se lembra. “‘Como você faz isto? Por que você faz isto? ’ Eu acho que ele entendeu claramente, por ver várias pessoas fazerem a cena da música, que isso, definitivamente, funcionou.” Jackson, mais tarde, se referiu a Stevie Wonder como um “profeta musical”.



James Brown, o “o homem mais trabalhador do show business”, em
uma pose característica. Brown foi a maior influência de Jackson no início.

Houve muitas outras influências importantes durante os anos dele na Motown, que ajudaram a habilidade natural de Jackson: Suzanne de Passe, a primeira produtora dosJacksons 5, coreografa, estilista, Relações Públicas, instrutora e um mãe substituta; um grupo de talentosos compositores e produtores chamado “A Corporação”, que incluía Deke Richard, Freddie Perren e Alphonzo Mizell; e Hal Davis, quem escreveu muitas das músicas da Motown dos Jackson 5 e de Michael, desde “I’llBe There” a “Dancing Machine”.
Mas sem dúvidas, ninguém teve um impacto profundo no desenvolvimento do jovem Michael Jackson quanto o próprio criador da Motown, Berry Gordy.
Gordy ensinou a Jackson perfeccionismo e meticulosa atenção a detalhes no estúdio. Se uma música precisasse ser tocada mais de cem vezes para ficar certa, eles a gravariam mais de cem vezes. Era um treinamento exaustivo, especialmente para um garotinho, mas Jackson aprendeu. “Eu nunca esqueci a persistência dele”, ele mais tarde escreveu. “Eu observava todos os momentos das sessões quando Berry estava presente e nunca esqueci o que eu aprendi. Atualmente, eu uso os mesmos princípios.”

Mas talvez o maior impacto de Gordy sobre Michael tenha sido incutir nele a ambição para ultrapassar classificações, conquistar o mundo da música o do entretenimento. Gordy era um experiente e perspicaz executivo, que sentia que a música negra podia (e deveria) alcançar as massas multirraciais e, até, a audiência internacional.
Embora alguns sentissem isso como uma ambição comercialmente motivada, a princípio, que santificavam ou integralizavam a música negra, não há dúvidas de que fez significantes invasões em uma indústria que era, naquele momento, ainda quase segregada racialmente.

O projeto de Gordy foi importante, não apenas porque criou um clima para que artistas como Jackson fossem aceitos pela audiência branca e internacional, mas também porque era uma ideologia de inclusão, que Jackson, mais tarde, adotaria de todo o coração. Pelo resto da carreira, ele se recusou a ser rotulado por raça, gênero, nacionalidade e tudo o mais. Música, ele sentia, era universal. E um garoto de Gary, Indiana, podia ser o “Rei”.

Essa filosofia foi, na verdade, grande parte do motivo pelo qual Jackson foi atraído por Quincy Jones. Jones, ele explicou em uma entrevista, em 1980, era “ilimitado musicalmente”: ele fazia tudo, desde jazz a pop e partitura clássica. Ele era, também, “multicolorido”, o que significava, para Jackson, que o trabalho dele não seria encaixotado em “música negra”.

Na verdade, enquanto Jackson era claramente enraizado musicalmente, e de outras maneiras, nas tradições afro-americanas, a variedade de influências se desenvolveu muito além de qualquer raça ou etnia. “Eu amo boa música”, ele explicou. “Não tem cor, não tem limites.” Os próprios interesses musicais de Jackson, inicialmente, estenderam de funkspioneiros como P-Funk e Sly and the Family Stone a grupos de pessoas como Carpenters e os Mamas & the Papas; de Broadway a cantores de baladas, como Julie Andrews e Barbara Streisand e sensações disco como o Bee Gees.

Jackson adorava experimentar arte como um fim em si mesma (o que ele, frequentemente, chamava de “a mágica”), mas ele também queria entender a “anatomia” da arte. Ele queria entender tudo sobre como a arte funcionava, a história da arte, por que tinha resistido à prova de tempo, quais eram as possibilidades.
Quando ele conheceu Quincy Jones, no final dos anos setenta, embora ainda um adolescente, ele já tinha, aproximadamente, uma década de experiência aprendida de primeira mão com alguns dos mais renomados músicos e compositores na indústria. Jones descreveu-o como uma “esponja”. “Ele queria ser o melhor em tudo… absorver tudo”, Jones disse. “Ele foi ao modelo máximo de cada categoria para criar uma atitude e pessoa que seria inigualável.”


Voltar para: Apresentação

9 comentários:

  1. Michael estudou os melhores e se tornou o melhor.
    Ele se dedicou muito na carreira, no seu talento, em sua música. Nada caiu do céu, ele batalhou e unindo um talento natural, aperfeiçoou ainda mais o dom que Deus lhe deu, e se tornou o Rei do pop, completamente insubstituível.

    Michael conquistou seu espaço com muita atenção, cuidado, persistência, perfeccionismo, talento, inteligência e amor. Em tudo que fez acredito que o ingrediente que nunca faltou e foi essencial em tudo, foi o amor que dedicava.

    Ele se doou ao mundo de maneira única.
    Todo seu sucesso foi super merecido. Foi um reconhecimento a todo seu trabalho, sua dedicação, seu amor.

    Nada foi em vão, todas as suas lutas, músicas e talentos serviram como um despertar nesse mundo. Michael mudou o mundo, não só da música, mas de todas as áreas. Ele revolucionou tudo, deu uma chacoalhada em tudo, e tenho certeza que esse mundo melhorou substancialmente com Michael aqui.

    Michael uniu todas as raças, etnias, países, pessoas de todas as classes sociais...

    Michael mudou o mundo!
    THIS IS IT!!!

    Bjãoo
    LOVE

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Gostei muito dessa outra parte da introdução desse livro.
      Está sendo uma delícia ler, interpretar e interagir com vocês sobre esse livro.
      Obrigada por compartilhar conosco amiga Maíra.

      Esse livro para mim é inédito.
      Estou ansiosa pela próxima parte. Esse livro até agora está 10! E eu espero que continue assim até o fim.
      É tão bom lermos as verdades de Michael!!!

      Bjãoo
      LOVE

      Excluir
    2. Fê, faço minhas as suas palavras!
      Falou tudo!!

      +100000000000000....

      \o/

      Para mim, esse livro também é inédito e estou lendo cada capítulo aqui com vocês. Acho o máximo ler e interagir a respeito de cada capítulo aqui com vocês. Quando fazemos assim, absorvemos melhor, né?

      Também estou gostando muito do livro, espero que continue assim. ;)
      Chega de livros que só inventam mentiras induzindo as pessoas ao erro sobre as verdades de Michael, né?

      Bjãooo
      LOVE

      Excluir
  2. Eu percebo que o autor usou muitos trechos da autobiografia Moonwalk, ele não consegui entrevistar Michael, mas tem as próprias palavras dele

    Michael sempre fez questão de frisar sua admiração e respeito por James Brown, e por outros artistas também, ele sempre foi muito humilde e verdadeiro, mas por James Brown Michael tinha um carinho enorme, podemos ver no vídeo em que Michael foi entregar um premio para James, ele se emocionou muito, ele sempre fez questão em dizer da grande influencia que James Brown teve em sua carreira, foi sua fonte de inspiração

    http://www.youtube.com/watch?v=DDFpz_g69Cg

    Do mais, faço das palavras da amiga Fê as minhas, assino em baixo

    Esse livro por enquanto é 10, se for assim ate o fim, ai vai ser pra lá de 1.000, estou adorando essa leitura

    Love

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade, amiga Ana. Também percebi que ele usa muitos trechos da autobiografia Moonwalk, nada pode passar maior veracidade em que escrever um livro apoiado nas próprias palavras de Michael. Estou achando ótima essa atitude dele.
      Ele expressa suas próprias conclusões dos estudos que fez sobre Michael, apoiado inclusive em Moonwalk.

      É amiga, Michael sempre foi humilde e grandioso, sempre agradeceu em público a todos os seus apoiadores e inspiradores. Nunca se vangloriou, sempre foi muito grato.
      Mas o empenho, a determinação, as lutas para chegar onde chegou, vem dele e do dom que Deus lhe deu. Caso contrário seria como tantos outros.

      Ana, amo esse vídeo!!! Michael está muito fofo demais!!
      Quanta emoção ele passa em seu agradecimento, né?
      Me emociono demais nessa hora que o fofo embarga a voz e quase chora de emoção e gratidão.

      Amiga, também amo aquele vídeo que Michael canta para James Brown, trás pra gente também...pleaseeee... ;)

      Também estou adorando essa leitura!!

      Bjãooo
      LOVE

      Excluir
  3. Michael estudou os grandes e superou tudo aquilo que já era bom, tornou esplêndido, extasiante, deu vida...formando um estilo próprio, único e inigualável!!

    Joe diz que Michael se referiu a Stevie Wonder como um “profeta musical”, eu sei que Elizabeth Taylor se referiu da mesma forma a Michael: “um profeta musical”.

    Michael se tornou o maior artista de todos os tempos, porque ele nasceu música, nasceu dança, porque ele observou os mestres e aperfeiçoou ainda tudo aquilo que eles faziam e assim, superou a todos.

    Os irmãos de Michael também tiveram as mesmas oportunidades que Michael teve e isso prova que Michael chegou no ápice por determinação própria. Ele foi e ele mesmo disse das influências que teve, mas se não fosse determinado não teria chegado onde chegou, não teria superado tudo e todos. Portanto, mesmo tendo sido muito bem influenciado, os méritos dessa conquista é dele. Isso está mais do que comprovado. Isso é fato!!

    Bjãooo
    LOVE

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É verdade amiga, os méritos são totalmente de Michael, eu também pensei nos irmãos dele quando li o trecho do livro, porque não se empenharam em absorver o aprendizado que as ocasiões lhe ofereciam? como Michael fez? porque são totalmente diferentes, tiveram as mesmas oportunidades que Michael mas não souberam aproveitar, ou melhor dizendo, nunca tiveram o mesmo dom que Michael, tudo que Michael conquistou foi por puro mérito próprio, superando ate os grandes em que ele se inspirou e se influenciou, tudo veio somente dele, através do dom que Deus lhe deu, e que ele soube muito bem aproveitar, em beneficio próprio e em beneficio da humanidade, do mundo

      Love

      Excluir
    2. Né, amiga?
      Não gosto atribuem aos outros o talento de Michael, quando tiram os méritos de Michael. Os méritos desse talento inigualável são todos dele, todos.
      Michael foi inspirado, como tantos outros artistas são, mas o que difere Michael dos demais é a capacidade de aperfeiçoar tudo aquilo que lhe inspirou, é o dom que ele possui, o empenho, determinação de fazer perfeito e oferecer o melhor.
      Então, acho que Joe nesse capítulo pisou um pouco na bola nessa parte, deveria ter falado dos méritos de Michael e não apenas daqueles que o inspiraram como ele fez. Porque os méritos dessa conquista é de Michael e não dos inspiradores. Eles contribuíram, mas os méritos desse talento, desse sucesso inigualável, dessa conquista..é de Michael, porque o empenho de absorver o que já era bom e fazer disso ainda melhor, foi dele.

      Mas gostei do que Quincy Jones disse:

      “Ele foi ao modelo máximo de cada categoria para criar uma personalidade que seria inigualável.”

      This is it!! ;)

      Bjãooo
      LOVE

      Excluir