segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Man In The Music: Capítulo 3 - Bad - As Músicas - " Man In The Mirror "



(Escrita e composta por Siedah Garrett e Glen Ballard,
produzida por Quincy Jones.
Arranjos rítmicos por Glen Ballard e Quincy Jones.
Arranjos de sintetizador por Glen Ballard, Quincy Jones e Jerry Hey.
Arranjos vocálicos por Andraé Crouch.
Vocais solo e background: Michael Jackson, apresentando Siedah Garrett, o Winans (Carvin, Marvin, Michael e Ronald), e o Coro Andraé Crouch.
Palmas: Ollie E. Brown.
Guitarra: Dan Huff.
Teclado: Stefan Stefanovic.
Sintetizadores: Glen Ballard e Randy Kerber)



Embora alguns críticos tenham sido lentos em reconhecer a ela o lugar de direito entre as gravações elites da música popular, “Man in the Mirror” destaca-se como clássicos como “Imagine” de John Lennon, “What’s Goin’ On”, de Marvin Gayes, e “Let It Be”, dosBeatles, como um dos maiores hinos sociais de era moderna.


Uma fusão gospel apaixonada, inspirada, que chama por mudança social e individual, ela não é apenas a obra central de Bad, mas também uma das realizações coroadas da carreira de Jackson. A revista Times a chamou de “um dos mais poderosos vocais (dele) e sensível declaração social, sem mencionar o melhor uso de um coro gospel em uma música pop em todos os tempos”. Após a definitiva morte de Jackson, no verão de 2009, foi a “Man in the Mirror” (assim como “Imagine” de John Lennon) que as pessoas mais se voltaram. Mais de vinte anos depois da estreia dela, ela alcançou o #1 no iTunes e outros sites de música em todo o mundo. “Essa, mais que qualquer outra”, observou Paul Lester, “foi a música a qual foi dada um novo sopro de vida através da morte dele, pela demanda do público”.

“Man in the Mirror” foi escrita durante as últimas sessões de Bad. “Siedah [Garrett] e eu a escrevemos para ele diretamente”, recorda Glen Ballard. “Quincy disse ‘Vocês não têm nada para nós? ’ Assim, Siedah escreveu ‘Man in the Mirror’ no sábado à noite, na minha casa, em Encino. Nós não tivemos a chance de enfeitá-la, portanto, eu não sentia que ela tinha uma chance, mas Quincy a tocou para Michael e ele disse: ‘Faça uma faixa’”.


Jackson pegou a música imediatamente; nos ensaios, ele começou a sentir o caminho dele para dentro do ritmo dela, as palavras e o significado, intuitivamente lapidando e modelando-a. “A canção foi este realmente mágico momento e ela tinha tudo a ver com a interpretação vocálica de Michael”, recorda Ballard.
“Nos últimos dois minutos, [ele] começou a fazer estes encantamentos: todos os ‘shamons’ e ‘oohs’. Ele seguiu este caminho por si mesmo. Nós, certamente, não poderíamos ter escrito isso… houve todos aqueles estranhos intervalos nas harmonias vocálicas que tínhamos escrito e Michael entendeu isso totalmente, ele sentia música em essência… Ele era tão cheio de alma e ritmicamente sofisticado… Ele sabia como cantar com perfeição.”

A música começa com uma calma confissão: com mínimo acompanhamento, Jackson estala os dedos dele e canta quase a cappella. “Eu farei uma mudança, de uma vez por todas em minha vida.” “Aqui”, observa Thom Duffy, “as fantasias encontram outro lugar em Bad, dando lugar ao realismo e uma chamada por autorreflexão e ação social”. Gradualmente, com cada verso e refrão, a energia desenvolve, enquanto ele olha para os problemas do mundo e, então, volta para si mesmo. “Eu tenho sido uma vítima/ De um tipo de amor egoísta”, ele canta.

É tempo de eu perceber
Que há pessoas sem casa
Sem um níquel para emprestar
Eu poderia realmente
Fingir que eles não estão sozinhos?



A música apresenta um forte conhecimento da cumplicidade passiva dele – e por extensão, a dos ouvintes – sobre pobreza e do sofrimento de outras pessoas. Por “fingir que eles não estão sozinhos” ou ignorar a realidade deles, ele se sente alienado da própria identidade. O espelho serve, ironicamente, como um reflexo não apenas do eu, mas também da forma como o eu foi distorcido e enganado por equivocados valores culturais. Isso é uma corajosa e oportuna declaração no meio da então chamada * Me Decade da ganância, * solipsism e materialismo.

Na verdade, enquanto alguns críticos têm ridicularizado a música por ser tão intimista (John Pareles do New York Times descreveu-a como “ativismo para eremitas”), essa interpretação parece disposta a ignorar tanto a letra quanto o ponto gospel de chamada e resposta. “Afirmações”, escreveu o crítico cultura Armond White, “são facilmente forradas, mas Jackson, ingenuamente, canta a música como um desafio… [O coro] não está afagando o ouvinte, mas cantando com uma força jubilosa comunal”. O uso do coro, em outras palavras, simboliza solidariedade e ação; a ação, no entanto, primeiro requer uma consciência individual e determinação.

“Ninguém, desde Dylan”, argumentou Davitt Sigerson, da Rolling Stone, “tem escrito um hino de ação comunitária que tem movido tantos como ‘We Are the Wolrd’ de Michael Jackson (e Lionel).
E tais planos grandiosos não podem ter êxito sem o primeiro, privado passo que Jackson descreve aqui”.

Na verdade, Jackson canta sobre desabrigados, pobreza e injustiça; ele canta sobre “sonhos desbotados”; ela canta sobre olhar para o exterior, então, para o interior, daí, para o exterior novamente. Uma vez que vemos as coisas como elas são, uma mudança definitiva é realizada; ele sugere que nós temos a chance de mudar o mundo. Enquanto a música prossegue, a culpa dele (e a dos ouvintes) transforma-se em resolução, convicção e determinação. “Eu estou começando com o homem no espelho”, ele canta, “e eu estou pedindo a ele que mude os seus modos”.

O clímax da música é Jackson no melhor dele: o apaixonado ad-libbing, a chamada e resposta com o brilhante Coro Andraé Crouch, a exultação absorta. “Isso é uma memorável performance dramática”, observou Jay Cocks, do Times “– intensa, direta, e sem adorno, uma das melhores coisas que Jackson já fez”. A intensidade torna-se particularmente forte quando Jackson performa o hino ao vivo. A música parece possui-lo, absolutamente, enquanto ele transmite a energia, urgência e paixão dela.

Na legendária performance dele no Grammy de 1988, no Radio City Music Hall, em Nova Iorque, ele improvisou uma finalização de, aproximadamente, três minutos, que deixou a audiência estupefata. “O homem branco tem que fazer a mudança”, ele cantou, “o homem negro tem que fazer a mudança”. Rolling Stone descreveu isso como uma das mais “maravilhosas performances… Jackson levou a música para a igreja, com uma produção gospel completamente desabrochada, que se sustenta como um dos mais impressionantes exercícios vocálicos dele. [Ele] não ganhou nem um prêmio naquela noite, mas de certa forma, isso foi tão majestoso e definitivo quanto a Motown 25”.

*Me Decade foi um termo usado por um novelista americano para descrever o que a época em que os americanos demonstravam-se egoístas e passivos, voltados para si próprios.

*Solipsism é uma palavra que vem do Latim e significa que a única realidade que existe é o Eu.


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3 comentários:

  1. Boa noite amigas,

    Oh,,,Deus que saudades , do tempo, desse brilho! Coisas que senti em cada uma dessas criações!! Foram momentos mágicos que não se apaga do meu coração.

    Vi todos os mimos do post anterior, amei os meninos assinando nossa linda bandeira , valeu Layra. Eles estão lindos mesmo. Amém que sejam fortes como o pai , pois a vida é pesada.

    Amiga Ana que fotos são aquelas de F.
    Quanto mistério, já desisti de tentar decifrar, só quero mergulhar e sobreviver a tudo isso, para ter o prazer de sentir cada gota dessa historia em minha alma que não esquece este maravilhoso sentimento que é amar Michael .


    Bjs

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  2. Não importa o tempo que passar, o amor que sinto por você hoje, será o mesmo de amanhã e todos os dia de minha vida.

    https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpa1/v/t1.0-9/1620939_353434434811087_7912837790288458499_n.jpg?oh=2ef96e24dbaaaf292f590cf7ffdfdb03&oe=547EF8B1&__gda__=1416250508_97186bc861f5db90966fa29823c0af3b

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  3. Olá meninas!!

    Amiga Márcia, a saudade é forte demais, né? puts!! Chega doer..

    Amiga Layra, esse amor é mágico, incondicional, abençoado e infinito. This is it!!
    Amei o mimo! ;)

    Meninas, a primeira vez que assisti a apresentação de Michael cantando Man in the Mirror foi na turnê Dangerous, no dvd que o amigo do meu marido me emprestou. Fiquei em transe!! Fiquei em êxtase profundo!!
    Fiquei tocada com a entrega Michael naquele palco.. Uma entrega total, de corpo e alma, que o joga ao chão totalmente exaurido. Aquele momento foi mágico e me conquistou definitivamente.
    Um apelo tão sincero, tão profundo..
    Essa canção foi uma de tantas outras que caíram no colo de Michael, por propósitos de outras dimensões. Só pode!!
    A canção e a letra são maravilhosas, mas a mágica que Michael depositou nela, foi algo extraordinário!! Nenhum outro seria capaz de interpretar essa canção com tanta profundidade. Simplesmente fantástico, tocante, extasiante...

    LOVE

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