terça-feira, 8 de fevereiro de 2011




SINCRONIA

Delicadamente, o vento soprava o fino tecido da cortina. Ela expandia, retraía, fluxo e refluxo das ondas da brisa carinhosa. Recostada na cama, olhar afrouxado, aquilo para mim se assemelhava à respiração serena de um instante que sorria.


Talvez outra vida, naquele mesmo momento, naquele mesmo quarto, não visse nada disso no tempo e do lugar de onde os meus olhos viam. É bem provável que eu só visse o vento, o sopro, as ondas, a respiração serena do instante sorridente, por causa do sorriso, dentro, que acontecia.
(Ana Jácomo)

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