Neverland Tesouro Cultural III

Neverland Tesouro Cultural III

Por Barbara Kaufmann

Eu gosto do absurdo, ele desperta as células cerebrais. Fantasia é um ingrediente necessário na vida, é uma maneira de olhar a vida pelo lado errado de um telescópio. Isso é o que faço, e isso permite você rir de realidades da vida. ~ Dr. Seuss

Rabino Simon Jacobsen diz o seguinte sobre a alegria natural da criança:

     "Uma  criança é o nosso estado mais natural e por excelência. A alegria inata da criança vem de uma paz interior e contentamento que resulta de uma falta de dicotomia na vida das crianças."

     Uniformidade é o mundo operante. A consciência de uma criança não é dividida em partes. A criança não é dividida entre suas necessidades e seu comportamento.

Nós adultos estamos constantemente divididos entre exigências sobre nós e nossas próprias necessidades, entre o que realmente queremos e o que devemos fazer para sobreviver, entre quem essencialmente somos e o que fazemos. Entre as necessidades de nossos corpos ou das  necessidades da almas.

Quem de nós pode dizer que nosso trabalho diário e atividades refletem nossas mais profundas aspirações internas?

Existe uma pessoa que não tem conflito de interesses entre uma vida pessoal e uma profissional, entre as exigências do seu trabalho e os de sua casa e família? Alguém que não comprometeu um pouco do seu idealismo e valores devido às pressões da luta pela sobrevivência?

Quando há uma divisão há tensão. E onde há tensão há tristeza. Uma medida de angústia é sempre saudável - para manter-nos alcançando e em crescimento. Mas quando a angústia se transborda em ansiedade, desânimo e depressão não ficam muito atrás.

As crianças são o mais perfeito modelo de uniformidade: Um fluxo suave entre o interior e o exterior; em que a identidade encontra expressão. Imagine que suas expressões externas estivessem sempre refletindo suas necessidades internas, e suas aspirações mais profundas sempre tendo uma saída de expressão.

É somente a partir de adultos que as crianças aprendem a ser triste.

Sim, nós adultos, projetamos nossos sentimentos em nossas crianças e conforme elas se desenvolvem e entram na maturidade, onde elas também aprendem o mundo de inveja e ganância, de egoísmo e da satisfação imediata, da luta entre o que sabemos ser verdadeiro e o que sacia-nos para o nosso próprio prazer.

Você pode, então, dizer, que tudo isso é perfeito e bom, enquanto somos crianças. Mas agora, que nos tornamos adultos, as nossas infâncias perdidas, não podem mais acessar esse contentamento interior e felicidade que é o domínio da criança.

Michael Jackson amava magia.

Magia é o domínio da criança.

Quando Michael Jackson hospedava pessoas em Neverland, ele as levava de volta a magia, de volta para a infância, para esse lugar despreocupado de brincadeiras e segurança e um mundo sem angústia, medo ou preocupação.

Ele sabia como curar as pessoas dos insultos do "mundo real" em sua psique.

Para duração de suas visitas, ele as fazia deixarem sua seriedade para trás. A partir do momento que entravam em Neverland, elas eram lembradas de sua criança interior, sua totalidade e saudável alegria interior, a sua magia.

Há uma história sobre Michael indo para a cozinha em Neverland para pedir algo de sua equipe e descobriu que eles tinham a televisão ligada e estavam assistindo a um programa de notícias. Ele insistiu que desligassem a TV. Ele explicou que, enquanto os convidados estivessem em Neverland, eles deveriam estar de férias da dura realidade do mundo ao qual  deveriam retornar.

O estado do mundo hoje reflete a perda dessa flutuabilidade e alegria, o espírito livre que é o coração de uma criança, a mente de uma criança.

Estamos em um transe. Esquecemos quem fomos e especialmente, quem somos por dentro.

Secou a alegria; O mundo é um deserto. As pessoas sentem essa sede.

Michael Jackson entendeu essa sede de alegria, liberdade e a natureza despreocupada da criança interior.

Ele compreendeu o quanto isto era importante para a salvação do mundo.

Ele viveu a sua vida com o coração de uma criança e por isso fez as crianças intuírem que ele era seu benfeitor, o seu defensor. O mundo tinha pouca tolerância para esse homem-criança que manteve seu coração de criança intacto- não o perdeu para os sonhos artificiais do mundo, mas se manteve verdadeiro aos seus sonhos internos.

A sociedade teve pouca compreensão do gênio, do artista gentil que abraçou suas duas naturezas masculina e feminina que procuravam ensinar a cooperação mundial em vez de competição, o amor em vez do medo, a inclusão ao invés da exclusão e que incentivou a retenção do espírito de criança. Ele acreditava que as crianças eram a resposta à indiferença da dor do mundo, que era para tornar-se "como uma criança", que concediam as chaves para o reino.

Neverland é um estado de espírito. Mas também é um símbolo. Neverland lembra. Respira. Ela representa algo tão essencial para os seres humanos, que é semelhante à respiração.

A profanação e perda de Neverland também é essencial. É uma lição importante. Para a evolução. Para a humanidade.

Não perder Neverland é mais importante que qualquer um possa mensurar agora.

Quando ela tiver ido, a perda então descoberta, será imensurável.

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Tradução: Maíra

Créditos: innermichael.com

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