Brilhante entrevista - Michael Jackson a Geraldo Rivera – 02 de fevereiro de 2005

Entrevistas sérias, feitas por profissionais competentes, que não distorcem as verdades sobre Michael Jackson e que mostram na íntegra toda verdade,  merecem ser vista por todos, várias e várias vezes.

Em meio ao julgamento de 2005, Michael concede  a Geraldo Rivera  uma entrevista exclusiva sobre os acontecimentos de sua vida.

Impedido pela Justiça de comentar sobre o caso, Geraldo questiona sobre seus filhos, o clipe desrespeitoso  de Eminem, Neverland, novas músicas, e o álbum Number Ones.

Segue a transcrição dos vídeos.

Entrevista Michael Jackson a Geraldo Rivera – 02 de fevereiro de 2005

Vídeo I

Geraldo Rivera: E então, está tudo bem?

Michael Jackson: Tudo bem Geraldo, e você?

GR: Apesar de tudo que está acontecendo, você está bem?

MJ: Estou muito bem, obrigado.

GR: Sabe, é lindo te ver com as crianças. Para mim, aquele é o verdadeiro Michael Jackson. Você e seus filhos, um de fraldas e os outros maiores. Como você se vira sem uma babá?

MJ: Bom, eu gosto de cuidar dos meus filhos eu mesmo, é… é divertido, foi por isso que eu os tive, para que eu os crie. E sido um alívio para mim. É um prazer! E me faz feliz e sorrir... E elas são lindas crianças inocentes. Muito mesmo.

GR: Eu te vi ali com uma certa dúvida entre os canais Nickelodeon e Disney Channel!

MJ: Você notou?

GR: É algo complicado de resolver ali!

MJ: Sim, é!

GR: Mas você vive tipo... uma vida normal com elas. É lindo ver isso.

MJ: Obrigado. Eles me trazem isso.

GR: Diga, o que seus filhos significam para você, suas próprias crianças.




MJ: Eles… é difícil expressar em palavras, porque eles significam tudo. Como explicar o que seus filhos te faz sentir… Eles são o mundo para mim, eu acordo e estou pronto para o dia por causa deles. Eu dou café da manhã a eles, eu troco fraldas, se eles querem nós lemos, brincamos de esconde-esconde, cabra-cega, passamos um bom tempo com isso.

GR: E você pode é capaz de criar um mundo que ao menos pareça normal? Porque eles não conhecem nenhum outro, obviamente.

MJ: Eu me esforço ao máximo, sem dúvida.

GR: Então é óbvio que isso seja uma prioridade para você.

MJ: Sim, claro! Eu quero ser o melhor pai do mundo, lógico.

GR: Eles sabem quem você é ou o que você significa para as pessoas?

MJ: Sim, sabem. Já estiveram comigo me turnês, em limousines em meio a um mar de fãs.

GR: Eles gostam disso?

MJ: Eles ficam empolgados, sim. Eles querem subir no palco. Eles me pedem para subir comigo no palco. Muito em breve vou levá-los comigo e deixarei o mundo vê-los pela primeira vez.

GR: Eles não vão dizer, ‘Papai, eu quero ir pra casa e assistir Nickelodeon?’

MJ: Provavelmente, provavelmente.

GR: Eles fazem isso também?

MJ: Sim.

GR: Então como você se sente estando de novo em um estúdio, focando em música novamente? Dá uma sensação de alívio?

MJ: É um grande alívio. Porque é isso que eu faço. Me faz sentir como se estivesse em casa. Aqui eu sou eu mesmo. Qualquer arte, pode ser cinema, música, qualquer tipo de arte. Eu amo.

GR: Então, quando você interpreta o Rei do pop, é quando você se sente mais confortável? Ou é o processo criativo?

MJ: O processo criativo, sem dúvida. Adoro criar…Eu amo, sou obcecado em criatividade.

GR: Eu vi você e Randy juntos, o jeito que vocês se falam – me lembrou muito o jeito que eu e meu irmão somos. Quem é que manda?

MJ: Randy.

GR: Tá bom...não foi o que vi!

GR: Mas, você confia na sua família?

MJ: É claro! Tem que confiar.

GR: É aquela coisa de ‘sangue é mais grosso do que água’? Como é?

MJ: É....família é tudo pra nós! É amor, fomos educados assim. Somos amigos, no final do dia, o que é importante. Ao contrário do que o público ou a imprensa diz, nós somos amigos, sim. Nós nos amamos muito.

GR: Então a família continua unida, apesar de tudo que os tabloides...

MJ: Isso é sensacionalismo.

GR: Como você lida com isso?

MJ: Como eu lido com sensacionalismo?

GR: Sim. Como você lida com o fato de tudo na sua vida ser maximizado, exagerado. Chegando a um nível grotesco as vezes.

MJ: E não é verdade! É como ver um filme de ficção. Porque é ficção. É como assistir ficção científica. Não é verdade. Eu me conheço e é triste quando as leem estas coisas e acreditam.

GR: Você se sente como fazendo uma coletiva de imprensa toda semana dizendo “bom, isso é mentira” ?

MJ: Não, porque sei que a verdade prevalece. E eu sou verdade.

GR: Eu pesquisei e eu não pude achar alguém que tenha sido mais processado do que você e pelas mais absurdas razões. Um de seus advogados me disse que uma mulher chamada Billie Jean Jackson ligou e disse, “Pare de aceitar cheques, Sr. advogado. Eu sou a esposa!” Billie Jean, obviamente do seu sucesso. Você...você... Em primeiro lugar, isso te afeta? Os boatos?

MJ: Se me afeta? Sim, mas acabei me tornando imune de certa forma. Sou muito forte! Tenho pele de rinoceronte... Mas, ao mesmo tempo, eu sou humano! Qualquer coisa pode machucar, mas sou muito forte. Eu só não gosto que as pessoas ouçam essas informações falsas.

GR: Por exemplo, você foi pai de quádruplos no ano passado?

MJ: Houve um rumor, sim....

GR: Então eles se tornaram gêmeos. Eu não sei o que aconteceu com os outros dois, talvez tenham sido abduzidos por ETs.

MJ: Eu ouvi sobre isso... Não, eu não tenho gêmeos. E disseram que estou escondendo-os ou algo assim? Não, outro rumor inventado.

GR: Então é completamente falso?

MJ: É, eu acho que quanto maior a estrela, maior o alvo. Não estou dizendo que sou o super mega star, não estou dizendo isso. Estou dizendo do fato de que as pessoas visam celebridades, somos alvos. Mas a verdade sempre prevalece. Eu acredito nisso. Acredito em Deus, entende?

GR: Essa fé te sustenta?

MJ: Certamente, sustenta.

GR: O que me diz de amizade?

MJ: O que é que tem?

GR: Você conta com seus amigos? Você tem pessoas que ficam com você através dos altos e baixos? Quem são seus melhores amigos?

MJ: Meus filhos, minha família, meus irmãos e minhas.. É, muitas pessoas ficam... Muitas pessoas.

GR: Você quer mencionar os nomes dos amigos de verdade?

MJ: Os mais leais, você não deve conhecer bem...

GR: Elizabeth Taylor?

MJ: Ah, ela é muito leal, eu vejo Elizabeth Taylor sempre. Ela é minha amiga querida. Há pouco estava na casa dela. Temos conversas maravilhosas ao telefone à noite, às vezes, várias vezes na semana…

GR: Há quanto tempo vocês são amigos?

MJ: Conheço Elizabeth desde os dezesseis anos…

GR: E você faz música desde os cinco?

MJ: Sim.

GR: Então é sua quinta década fazendo música. Quarenta e um anos fazendo música.

MJ: sim.

GR: Você não se cansa?

MJ: Não, não, não de jeito nenhum. Eu nunca me canso.

GR: Sério?

MJ: Sério.

GR: Você não cansa do Randy?

GR: Ele está aqui, senhoras e senhores!!

MJ: Nunca, nunca.. Ele é maravilhoso. Ele tem sido muito companheiro e incrivelmente brilhante.

GR: São todos diferentes, a família inteira...é louca, excêntrica, como a minha.

MJ: Cada irmão e irmã é completamente diferente, como qualquer outra família, tem vários elementos diferentes…Todo mundo é diferente. É isso o que compõe uma família.

GR: Quando você passa por uma investigação tão intensa como essa, como você consegue viver uma vida normal? Como você tem diversão fora de sua propriedade?

MJ: Eu não tenho. Não saio muito, só as vezes. Eu criei meu mundo atrás dos portões. Porque eu não posso ir ao cinema, não posso ir ao parque ou comprar um sorvete no mercado, na loja da esquina... Então você quer criar esse mundo atrás dos portões. E é isso o que tento fazer. Não é só pra mim, se eu posso eu compartilho com a minha família, amigos ou quem quer que seja, eu compartilho.

GR: E essa necessidade de privacidade gera todos esses rumores e especulações! É algo difícil para se balancear.

MJ: É, é uma parte do que vem para celebridades.

GR: Você não reclama, não é?

MJ: Não.

GR: Eu não. Tento deixar de lado. Eu nem sei do que sou rei!! O rei de ser filmado, talvez!

MJ: “O Rei do Jornalismo”.

GR: O que me diz de crianças doentes? Você mencionou seu empenho para aliviar o sofrimento decorrente do Tsunami. O que é isso? Será a sua própria paternidade que motiva isso?

MJ: É importar-se. E ler a Bíblia, aprender sobre Deus, Jesus, amor. Jesus disse, ensine as crianças, imite as crianças, seja como as crianças e cuide dos outros. Cuide dos idosos. Nós crescemos aprendendo isso. Com esses importantes ensinamentos que continuam fortes em mim e em minha família até hoje.

GR: Quando voltarmos, Jackson fala sobre a reunião musical com seus irmãos para uma bela causa.

Jermaine: Somos uma família. É isso que somos. Minha mão é forte, meu pai é forte. Somos ainda mais fortes juntos. Nós não sabíamos no início de tudo...que o sucesso acabaria nos trazendo isso.(Entrevista com Geraldo em 14/12/2003)

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Vídeo II

Geraldo: O que me diz de filmes? Você fez o “The Wiz” e alguns outros mas faz um tempo que não o vemos na telona.

Michael: É porque agora eu vou dirigir filmes eu mesmo. Eu adoro dirigir! Adoro criatividade. Eu acho que quando um artista produz algo de qualquer tipo... Se ele consegue se expressar do jeito que ele quer que seja feito... Eu sinto, eu vejo. Sou um visionário. Se eu posso fazer isso, eu faço. É isso que eu gosto de fazer, com dança, música, com... Com qualquer outra arte.

Geraldo: E você acha que arte tem um papel a cumprir na vida real? Falando da música de ajuda ao Tsunami em específico.

Michael: Sim

Geraldo: Você está gravando uma música em ajuda ao Tsunami... Diga-nos o momento em que você notou que esse desastre era tão extraordinário.

Michael: Eu vi um dia depois... É, foi depois do Natal. Os números não paravam de subir, tornou-se fenomenal! Eu não conseguia crer que era verdade! Eu fiquei pasmo... Eu devo fazer alguma coisa! É para isso que Deus nos deu talento. Para ajudar, retribuir as pessoas... Então, eu e meus irmãos decidimos gravar uma música juntos.

Geraldo: Como é? Você liga e diz “Ei, irmãos...".

Michael: Isso, isso, Randy e eu. A gente diz:“ Ei, queremos fazer algo no estúdio para as vítimas do Tsunami ”... “ Vamos nos reunir” e eles dizem: “Claro,vamos”. Vamos organizar e tal.

Geraldo: Sendo assim... você voltou. Acho que as pessoas vão gostar do fato de você voltar. Você não gostaria de exaltar o mundo em que você se concentra em sua arte e seus filhos?

Michael: Eu adoraria. É isso que me incentiva. A arte. Eu adoro. É o mundo no qual me sinto mais confortável.

Geraldo: Em Gary, Indiana, você imaginava aonde você estaria quando fosse um homem de 46 anos?

Michael: Eu nunca pensei nisso. Nunca. Nunca pensei... eu sabia que eu queria fazer algo maravilhoso na vida. E ajudar pessoas, mas nunca pensei seriamente nisso quando era pequeno. Eu só cantava e dançava e não entendia porque as pessoas aplaudiam, gritavam... Você não entende mesmo. Não sabe o motivo.

Geraldo: Quando você cresce no palco... quando você percebe? Quando você reconhece a sua posição na sociedade?

Michael: Eu acho que demora mais ainda quando você envelhece. Você adquire mais personalidade. Seu cérebro evolui. Você compreende mais as coisas, pesquisa outras. Não é bom... É o que acontece comigo.

Geraldo: Não é bom ter uma conversa assim pela televisão aonde as pessoas podem te ouvir sendo comum, normal, racional?

Michael: Eu sou assim o tempo todo. Só estou sendo eu mesmo. Mas obrigado.

Geraldo: Em um certo ponto... Michael Jackson e os irmãos Jacksons estão separados artisticamente. Esse é o momento em que vocês vão voltar juntos? Claro que você continuará sua carreira solo, mas qual é o grande plano? Qual imagem você quer no palco? O que ainda não foi atingido por você? O que você vai fazer?

Michael: Tem muitas surpresas... Filmagem. Adoro filmagem.

Geraldo: Que mais?

Michael: Bem, não é só filmagem, é inovar! É pionerizar! Levar este ramo a uma nova posição!

Geraldo: Não está falando sobre videoclipes, né?

Michael: Não, não...

Geraldo: Outra coisa?

Michael: Porque eu usei o ramo dos videoclipes como um ramo de curtas metragens. Para me levar para o próximo nível. Andei me divertindo muito!

Geraldo: Você já olhou para trás e contemplou que Thriller é o disco mais vendido do mundo? Já fez isso?

Michael: Eu penso nisso às vezes. Eu tento não pensar demais! Porque eu não quero que meu subconsciente pense “Você já terminou, é isso aí”! É por isso que eu não tenho prêmios, nem troféus na minha casa. Você não encontra um disco de ouro em minha casa. Porque te faz pensar que você conseguiu! “Puxa, consegui”! Mas eu sempre quero sentir que eu não consegui ainda.

Geraldo: O Rei do Pop! E agora eu vejo esses artistas... Esse 50 Cent, tem um outro que me fugiu o nome agora... Mas eles são conhecidos porque sobreviveram a violentos ataques nos quais quase morreram. E eles entram nessa coisa de Hip-hop. Sabe, a música popular passa por uma era diferente agora. Você acha que você vai ser mais igual a eles, mais urbano... Ou você acha que o mundo vai voltar para o Pop e Rock tradicional?

Michael: Boas músicas e boas melodias são imortais. Não me importa... O que muda é a cultura, é a moda, roupas... Boa música é imortal. Nós ainda ouvimos a Mozart hoje em dia. Tchaikovsky, Rachmaninov, são os bons. Boa música é como uma bela escultura ou uma bela pintura, é eterna! De gerações a gerações, vão continuar admirando, eternamente. E isso é... Eu sei que isso é um fato!

Geraldo: Falando nisso, eu entrevistei Barbara Streisand em um ponto alto de sua carreira, ela ia fazer um dueto com os Bee Gees e outros artistas populares. Ela tipo mudou o estilo dela para surpreender as pessoas. Você já pensou em se aproximar mais do Hip-hop?

Michael: Eu já fiz muito disso na minha opinião...

Geraldo: Eu digo cantar Rap.

Michael: Cla... o que? Eu cantar?

Geraldo: Isso, você canta Rap?

Michael: Não, eu...

Geraldo: Você podia fazer um dia!

Michael: Eu não canto Rap, mas poderia...

Geraldo: “Sou Michael Jackson e eu vim para dizer...”.

Michael: Eu já compus canções com versos de Rap para Rappers muito famosos. Eles fazem bem melhor que eu, por isso que eu nem tento competir!

Geraldo: Você não... apesar do fato de viver uma vida isolada e de ser um astro por tanto tempo, você ainda tem o que aparenta ser uma relação muito amável e profunda com a comunidade. Isso te suporta, te sustenta? Concorda comigo?

Michael: Concordo sim. Porque é importante amar seus vizinhos...

Geraldo: De onde vem isso? Esse seu amor por instinto? O que você acha?

Michael: Eu realmente acho que vem da minha mãe e Deus. Da maneira que fomos criados. Os valores que meu pai nos instilou na juventude. Ela estava sempre com a Bíblia. A gente devia pregar o tempo todo. Umas quatro vezes por semana. Estou satisfeito em termos feito isso. Porque esses valores foram muito importantes. Eu não sei se eu faria a mesma coisa sem eles.

Geraldo: Você ainda passa tempo com sua mãe e pai?

Michael: Sim, é claro.

Geraldo: Eles não estão muito longe daqui!

Michael: Isso mesmo.

Geraldo: E como é essa relação? Obviamente eu sou próximo de minha mãe ainda.

Michael: É maravilhoso. Essa época em nossas vidas, nesse nível... Eu acho que você tende a admirar mais quem seus pais são, o que eles fizeram por você, você quase começa a repensar tudo, quem é você na vida, todas as coisas boas que eles ensinaram. Você nota que eles são frequentes em sua vida. Eu já estou percebendo muitas coisas! Traços de meu pai e minha me influenciaram. Tem sido incrível.

Geraldo: Meu amigo Cheech, você conhece. Que é parceiro de Tommy Chong...

Michael: Sim, sim, gosto desse cara!

Geraldo: Que ajudou a descobrir vocês, do “Bobby Taylor and The Vancouvers”. Ele diz que, conforme ele envelhece, ele vai notando o rosto de seu pai no espelho. Você sente isso? Você está ficando igual ao seu pai?

Michael: Eu pareço muito com o meu pai em diversos pontos.

Geraldo: Diga-nos!

Michael: Ele é muito forte. É um guerreiro! Ele.. ele.. Ele sempre nos ensinou a ser corajosos, confiantes, a acreditar em nossos ideais. Seja lá o que for. Nenhuma estrela está fora de alcance. E você nunca desiste! Minha mãe também nos ensinou isso. Seja lá o que for, não importa.

Geraldo: E você também é um guerreiro?

Michael: Com certeza! Com certeza.

Geraldo: É assim que você se enxerga?

Michael: Com certeza!

Geraldo: Nos descreva... diga mais sobre como você se enxerga!

Michael: Como eu me enxergo?

Geraldo: É.

Michael: Me diz você! Eu tento ser gentil, generoso com as pessoas, fazer o que eu acho que Deus quer que eu faça. Às vezes eu rezo e digo: “Aonde que você quer que eu vá agora, Deus?", "O que eu faço agora?". Sou muito espiritual nesse sentido. Eu sempre fui assim, nenhuma novidade.

 .......

Vídeo III

GR: Você já... Assistiu ao filme "Em busca da terra do nunca"

ou leu sobre James Barrie, o homem que escreveu Peter Pan?

MJ: Eu sei muito sobre o Sr. Barrie. Quer dizer, não muito, mais

sempre admirei seu trabalho, e tenho sido um fã do Sr Barrie por

muitos anos.

GR: Sabe, ele teve um caminho muito difícil, igual a você. Não quero

 ir muito longe nisso. Mais nos diga o que o levou a criar Neverland?

Eu digo do lugar em específico. Há duas Neverland's. três!. Tem a

Neverland do Peter Pan, a Neverland da mente de Michael Jackson

e o lugar físico que vc construiu,que eu visitei quando você trouxe as

crianças da periferia. Porque você criou esse lugar?

MJ: Eu criei Neverland... Como um lar para mim e meus filhos.

Foi simplesmente feito, foi... Foi quase subconscientemente.

Como eu já disse, para onde eu vou?.É difícil. Eu tento sair como

eu mesmo e acabo encontrando policiais dizendo "Ponha um disfarce"

e "de um autografo para a minha esposa".Eles falam "Porque você

esta aqui fora sem seguranças?".E tem fãs em todo lugar!.

Eu não posso sair. Eu saio algumas vezes. Mais é muito difícil.

GR: Mais você adquiriu Neverland antes de ter filhos.era para você?

Os animais exóticos eram para Michael Jackson...

Mj: Para mim e para dividir com os outros.

Para mim e para dividir com os outros. Porque me deram chance

de fazer coisas que eu não fiz quando pequeno. Nós não podíamos

ir ao cinema, não podíamos ir a Disneylândia. Não podíamos fazer

essas coisas divertidas. Estávamos em turnê e trabalhando duro.

E nós gostávamos!.Mais isso me levou a criar um lugar por trás

dos portões com o mundo todo...tudo que eu amo tem lá.

GR: Você criou, assim como Barri, um mundo imaginário. Você tira algo

 disso, Michael? Você já chegou a pensar que é besteira ter lhamas,

 trenzinhos e brinquedos?

MJ: Não, você chama Deus de besteira se fizer isso.

-Diga-me

.-Porque Deus fez todas as coisas pequenas e geniais. Isso seria errado.

Outras pessoas tem suas Ferrari e seus aviões e helicópteros, aonde

elas encontrem alegrias. E minha alegria é doar, compartilhar e ter

diversão simples e inocente.

GR: Seu lar. Mesmo com aquela grandeza de Neverland, ela é bem modesta.

Seu estilo pessoal. Eu não vejo, por exemplo, nenhuma jóia. Porque você

não põe um grande diamante aqui escrito Michael?

MJ: Eu sou modesto nesse sentido. Se eu tivesse, é provável que eu desse

a primeira criança que falasse" uau,eu gostei do seu colar!".To...é seu.

Porque quando eu era pequeno... Astros como Sammy Davis, Fred Astaire,

Gene Kelly, se eu gostasse de algo que eles vestiam era só dizer

"Cara eu amei essa blusa", eles me davam. Eu aprendi isso. É golpe

de show business.Vai me dando!.

GR: Ignorando a atenção da mídia, mesmo no dia em que eu estava lá

você trouxe as crianças das periferias. Como é ter elas lá?.

Porque você faz isso?. Eu queria te perguntar aquele dia, mais

deixei para hoje. Porque?. Quando você vê as crianças... Conte-me!

O que esta havendo?

MJ: Porque eu acho... Eu já viajei o mundo muitas vezes. E eu vou á hospitais...

eu vou tanto á hospitais, orfanatos quando eu faço shows.

Mais é claro que não é coberto. Eu nem faço por cobertura, eu

 faço do coração.E tem tantas crianças que nunca viram montanhas.

Que nunca subiram em um carrossel. Que nunca acariciaram um cavalo,

uma lhama,nunca nem viram.Se eu posso abrir os portões e a alegria

das explosões de gritos das crianças e elas sobem nas pontes, sobem

nos brinquedos.Eu digo, "obrigado Deus".Eu sinto que eu ganho o

sorriso de Deus aprovando.Porque eu estou fazendo algo que traz

alegria e felicidade ás pessoas.

GR: Então, você é próximo de seus parentes?

MJ: Sou.

GR: Te afetam quando eles se envolvem em situações, como o caso

de Janet no Superbowl?

MJ: Ah, eu não posso falar por minha irmã.

GR: Apenas me diga como você responde como irmão e telespectador.

MJ: Como irmão? Na verdade, eu estava assistindo e não vi. Estava na casa de um

amigo meu, Ron Burkle.  Em um cinema, na tela gigante e eu não vi. Eu vi as controvérsias

no dia seguinte e disse "isso não é verdade". Não vi nada.

GR: Você acha que houve controvérsia demais?

MJ: Sim.

GR: Você não acha que é aquele fenômeno Jackson ou

um testamento das nossas horas sociais nesse país?

MJ: Bom, são hipóteses interessantes também. Acho que os dois...

difícil responder. Prefiro pular essa!.

GR: Tá bom, você ligou para ela e disse “não se preocupe..."?

MJ: Isso, algo assim. "Seja forte, isso vai passar. Não se preocupe, já vi coisas piores".

Eu disse, Janet, você é jovem demais para lembrar, mais um dia,

estava vendo o Oscar com David Niven, e um homem nu

apareceu correndo! Agora, ele não chegou ai sozinho!

Era uma festa organizada e ninguém disse muita coisa.

Eu digo apenas isso. Era ao vivo para mundo todo.

GR: Eu vi!  

MJ: No dia seguinte, já era piada.

GR: Pois é... Era mesmo. Eu acho que tem sim um componente Jackson.

MJ: - Você pode dizer isso!(como um jornalista)

GR: Eu posso! Eu acho que a coisa foi mesmo exagerada e a conexão

Jackson é um dos motivos!

MJ: Obrigado, Geraldo.

GR: Então. Agora sobre a música. O que podemos esperar?

Ouvir a música na rádio? E as pessoas vão mandar dinheiro

que vai direto para as crianças da região do Oceano Índico?

MJ: Gostaria muito. Muito mesmo.

GR: Me diz, esse ato de doar, essa compaixão. Como você se sente?

Tem vez que eu me sinto melhor doando do que recebendo

na vida. Eu creio que seja verdade mesmo.

MJ:  E é verdade!

GR: Em minha vida...

MJ: Claro que é verdade!

GR: Explique o mecanismo disso em sua vida.

MJ: É uma ideia... Eu não sei se isso é psicológico ou não.

Eu amo trabalhar duro em algo, suar no trabalho e dividir

com as pessoas. E fazê-las gostar disso. Eu sempre rezo

para que gostem!. Isso me trás bastante satisfação como

artista.

GR: Não é frustrante para você, profissional ou pessoalmente, quando

as pessoas dizem que tal projeto Jackson foi um fracasso

ou sei lá o que?.A sua compilação 'Number Ones' por exemplo.

Sete milhões e meio de cópias. Agora deve ser platina quádrupla,

seja lá como se chamam...e ainda existem artistas da música

que dizem que não é um sucesso, um hit. Como se sente

com isso?

MJ: 'Number Ones’... Eu não sei que projeto é este.

GR: A coletânea... A última de agora.

MJ: A coletânea está um enorme sucesso!.

-Sete milhões e meio de cópias!

GR: Mais então porque nas manchetes não é dito que é um

enorme sucesso?

MJ: Porque noticias negativas, sensacionalismo parece vender mais

do que noticias boas e positivas. Eu acho que as pessoas preferem

ouvir boatos as vezes...A verdade é que eu sempre atingi a

primeira posição. As pessoas gostam de sensacionalizar as

coisas, inventar histórias e rumores...

GR: Isso fere seus sentimentos?. Não da vontade de gritar “perai, chequem”.

os números!!"?

MJ: Essa é uma parte comum da humanidade que eu não gosto. Essa

coisa da raiva...Temos um lado bom também, certo?

GR: Para o Eminen não tem. Nós nem falamos sobre isso, acho que devíamos. Porque não?

MJ: Falar sobre o que?

GR: Sobre Eminem e o desrespeito que ele demonstrou.

Stevie Wonder disse que ele estava acumulando coisas para ele.

E o quão grosseiro ele foi sendo um artista que ganha dinheiro

vindo da comunidade. Mostra um senso de racismo a comunidade e,

eu digo, muito cara de pau, um material muito intolerante. Conte-nos

como isso te feriu e como você esta agora

MJ: Nunca encontrei pessoalmente o Sr Eminem. Eu sempre o admirei,

mas ele teve que fazer algo como isso...

Foi bastante doloroso, fazer isso de artista para artista. É bem triste

porque eu acho que o que Stevie Wonder disse é verdade. Não quero falar

muita coisa além disso. Ele devia ter vergonha do que ele anda fazendo.

Stevie falou que ele é uma merda.

GR: -Stevie disse e ele é merda mesmo.

MJ: Ele usou a palavra. Não sou eu, foi Stevie que disse. E Stevie é incrível, uma das pessoas

mais gentis desse mundo.

GR: E quando Stevie disse isso, você sentiu um enorme amor de amizade,

de irmão mesmo?

MJ: Sim, eu amo Stevie Wonder. Para mim ele é um profeta musical!

Sempre vou amá-lo. E muitas pessoas o respeitam, ele é uma forte

entidade nesse ramo, nessa área, quando ele fala pessoas ouvem.

E foi errado mesmo o que Eminem fez. Eu tenho sido um artista... a maior parte de minha vida eu nunca ataquei colegas artistas.

Grandes artistas não fazem isso. Não precisam fazer isso.

GR: Eu mencionei o vexame de Janet e a resposta exagerada a isso.

Novamente, você acha que ele só fez isso porque ele sabia que ia

se safar porque você é Michael Jackson?

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Vídeo IV

Geraldo: Eu mencionei o vexame da Janet e a reposta exagerada a isso. Novamente, você acha que ele só fez isso porque ele sabia que ia se safar porque você é Michael Jackson?

Michael: É, mas isso não machuca, sério. É infantil. É besteira. Espero que ele esteja se divertindo.

Geraldo: É tipo uma piadinha boba?

Michael: Sim

Geraldo: Bom, mas ainda assim fere seus sentimentos e você não quer que seus filhos vejam aquilo.

Michael: Meu Deus, não, eu odiaria que eles vissem. Odiaria.

Geraldo: Você quer que eles saibam disso?

Michael: Saber a respeito? Não.

Geraldo: Finalmente. Nós evitamos o caso e não conversamos sobre o que acontece. Você tem ordens. Eu sei que você recebeu a permissão do júri para ler uma declaração.

Michael: Sim

Geraldo: Detesto terminar a entrevista assim, mas se você quiser ler, eu acho importante.

Declaração Aprovada pela Corte:

Michael: Nas duas últimas semanas, uma informação horrível e maliciosa foi lançada pela imprensa a meu respeito. Aparentemente, essa informação teve origem em transcrições em um procedimento na justiça, porém nem eu nem meus advogados tínhamos conhecimento sobre a tal. A informação é nojenta e falsa. Anos atrás, eu deixei que uma família me visitasse e passasse um tempo em Neverland. Neverland é meu lar. Eu deixei essa família entrar em meu lar porque me disseram que seu filho estava com câncer, e precisava de minha ajuda. Ao passar dos anos, eu ajudei milhares de crianças doentes e infelizes. Estes eventos, vem causando um pesadelo a minha família, a meus filhos e a mim. Não tenho intenção de me colocar em uma posição tão vulnerável novamente. Eu amo minha comunidade e tenho grande fé em nosso sistema de justiça. Por favor, mantenham a mente aberta e deixem-me passar meu dia na corte. Eu mereço um julgamento justo como qualquer outro cidadão americano. Serei inocentado e justificado assim que a verdade for dita. 

Geraldo: Michael tem algo mais que deseja falar?

Michael: Não, não... Ah, tem sim. Eu adoraria que o público mantivesse a mim e a meus filhos em suas orações.

Geraldo: Beleza, parceiro, combinado!

Michael: Certo, obrigado.

Geraldo: Obrigado.

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Créditos: Legenda e Tradução do vídeo - Daniel Jackson
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Obrigada Fê e Ana por terem me ajudado a transcrever o vídeo.
Obrigada Alana pela lembrança dessa tão linda entrevista.

Valeu meninas a solidariedade e dedicação para que as verdades de Michael sejam evidenciadas para todos!! Juntas chegaremos lá!!

Michael The Best!!

Amor incondicional sempre!!
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